13 de ago. de 2011

CASO DA ESCRIVÃ DESPIDA PODE IR A JUSTIÇA FEDERAL





CASO DA ESCRIVÃ DESPIDA PODE IR A JUSTIÇA FEDERAL

Posted: agosto 8, 2011 by sindicatodosescribas in Uncategorized


O Sindicato dos Escrivães – SEPESP – esteve na Reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, Presidida pelo Deputado Adriano Diogo (PT). Estavam presentes na sessão os Membros da Comissão : Deputados; Major Olímpio(PDT), Rita Passos(PV), Leci Brandão (PCdoB), Marco Aurélio de Souza(PT) e Carlos Bezerra(PSDB).


Foram convidados para prestar esclarecimentos sobre o caso da Escrivã de Policia – despida violentamente e torturada psicologicamente – os delegados Eduardo Henrique de Carvalho Filho, Gustavo Henrique Gonçalves, a antiga diretora da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, delegada Maria Inês Trefiglio, e o atual corregedor Délio Montresor. Os dois últimos compareceram. Os outros dois delegados envolvidos diretamente no caso não foram, alegando terem outros compromissos. Agora, serão convocados e não poderão faltar.

Inicialmente foi ouvido o Procurador Regional do Direito do Cidadão do Ministério Público Federal, Sr. Jefferson Aparecido Dias. O Procurador enviou ao Procurador Geral da República relatório onde pede a federalização do caso por considerar que houve redução no julgamento. Para ele, com respeito à Procuradoria Estadual, houve apenas o julgamento de abuso de poder, sendo que o vídeo com as imagens da ação da corregedoria não foi apensada aos autos. O Procurador relatou ainda, que o fato de o crime de abuso de autoridade ter sido o único analisado pode tratar-se de caso pensado, já que na ocasião do julgamento o crime estava prescrito, evidenciando corporativismo. Em acolhendo a solicitação do Procurador Regional, a Procuradoria Geral da República enviará então o caso ao STJ que procederá pelo julgamento. Se isso ocorrer, todo os procedimentos de investigação serão abertos no âmbito federal, podendo culminar em processos cíveis e criminais contra os autores da ação criminosa.

O Procurador Regional falou em falsidade ideológica, produção ilegal de provas, abuso de autoridade, omissão das autoridades e ocultação de provas.

A delegada, Sra. Maria Inês Trifiglio, disse, ao ser instada pelos deputados, que tomou todas as medidas necessárias ao cumprimento da lei, que encaminhou a abertura do inquérito assim que tomou ciência do vídeo em que a Escrivã foi humilhada. Inclusive, afirmou que foi de iniciativa dela, enquanto corregedora, que a ações fossem filmadas nesse tipo de procedimento. Entretanto, no blog Flit Paralisante um companheiro policial dá conta de que a abertura do inquérito foi provocada pelo Ministério Público. A Deputada Leci Brandão (PCdoB), relatou que todas as mulheres de seu gabinete choraram ao verem as imagens da agressão sofrida pela Escrivã e inqueriu da delegada Maria Inês sobre como esta se sentiu ao assistir ao vídeo. A delegada Maria Inês esvaiu-se, dizendo que o que sentira era subjetivo…

O Advogado constituído pela Escrivã, Dr. Fábio Guedes Garcia da Figueira, justificou a ausência de sua cliente devido ao constrangimento em encontrar com seus agressores – que por fim não atenderam ao convite – mas, que sua cliente se coloca á inteira disposição da Comissão de Direitos Humanos para quaisquer esclarecimentos. O Advogado discorreu sobre aspectos da ação movida por sua cliente. Desafiou todas as autoridades envolvidas provarem o contrário do que afirma na ação. Afirmou que o delegado Claudio Namura mandou excluir o vídeo dos autos por transformar a ré em vitima e que a defesa nunca teve acesso integral aos autos. Disse que os escalões do governo não tem como provar desconhecimento dos fatos que acabaram por demitir a Escrivã, já que há despacho do Secretário de Segurança Pública em carta escrita pela sua cliente a época dos fatos. Indagado pelo Deputado Adriano Diogo se sua cliente sabia da gravação, Dr. Fábio respondeu que sim. Tanto que sua cliente, no vídeo em questão, pede para que parem de gravar. O atual Corregedor, Sr. Délio Montresor, afirmou que o Secretário de Segurança Pública determinou a abertura de inquérito administrativo e seguem o trâmite normal, até chegar ao governador. Disse que as gravações estão proibidas na corregedoria e que não há mais cópias do vídeo da Escrivã sofrendo o abuso.

O Sindicato dos Escrivães – SEPESP – não poupará esforços para que o processo seja federalizado e todos os procedimentos administrativos reabertos.

Por enquanto, queremos registrar nossos mais sinceros agradecimentos aos Deputados da Comissão de Direitos Humanos na figura do Presidente da Comissão, Deputado Adriano Diogo. Felicitamos ainda o Procurador Regional, Sr. Dr. Jefferson Aparecido Dias e o Advogado Dr. Fábio Guedes Garcia da Figueira, pela coragem e determinação na manutenção da mais óbvia justiça.