Disponível em: http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2013/01/12/analise-e-comum-acreditar-que-o-policiamento-e-mais-decisivo-no-combate-da-violencia.jhtm
Acesso em: 12 jan. 2013
Análise: É
comum acreditar que o policiamento é mais decisivo no combate da violência
12/01/2013
- 07h00 | da Folha.com
LUIS FLÁVIO
SAPORI
ESPECIAL
PARA A FOLHA
Ainda é
recorrente entre os gestores da segurança pública no Brasil acreditar que o
trabalho de policiamento ostensivo é o mais decisivo no controle rotineiro da
violência urbana.
A
investigação policial, por sua vez, teria um status secundário, limitando-se a
fundamentar o inquérito policial direcionado à instância judicial.
É um grave
equívoco que tem comprometido seriamente a capacidade do poder público de
enfrentar a criminalidade. A atividade de investigar homicídios, por exemplo,
coletando e sistematizando as evidências de sua autoria e materialidade, é
imprescindível ao controle do próprio crime.
Em primeiro
lugar, porque quanto maior é a competência da polícia em elucidar o fato
delituoso, menores são os patamares de impunidade, e à medida que a impunidade
se mantém em baixos níveis, a incidência de homicídios tende a ser menor devido
à incapacitação de homicidas, via aprisionamento dos mesmos.
Por outro
lado, a investigação concentra um conjunto de informações muito valiosas acerca
do fenômeno criminoso, desvelando os indivíduos e/ou grupos e suas respectivas
técnicas de ação e motivações, que são responsáveis pela maior parte dos
homicídios.
Se tais
informações forem devidamente compartilhadas com a polícia ostensiva,
incrementa-se em boa medida a capacidade de prevenção dos crimes contra a vida.
A redução
da incidência de homicídios passa, necessariamente, pelo fortalecimento da
investigação policial.
LUIS FLÁVIO
SAPORI é sociólogo e coordenador do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da
PUC-MG