Disponível em: http://www.vejosaojose.com.br/joaoalkimin.htm
Acesso em: 18 fev 2012
14.02.2012
09h.20
Malditos aqueles que oprimem os semelhantes
por João Alkimin |
É insuportável
o que a Policia Civil está passando.
Aconteceu
com o investigador Ernesto Tavares de Almeida Buchnann, que contava com
aproximadamente 30 anos de carreira, há algum tempo atrás foi demitido, pois,
quando prestava serviços à CIRETRAN foi acusado de permitir que um caminhão
fosse licenciado sem as cautelas necessárias.
Pois bem,
esse policial juntou-se aos que não aguentaram a pressão. Suicidou-se com um
tiro na cabeça, deixando mulher e filhos.
Talvez seja
essa a faxina que deseja o Governador de Estado e o senhor Secretário se
referia, feita com rios de sangue, dor e lágrimas.
Temos o
Delegado Conde Guerra, criminosamente demitido. O Delegado Frederico
vergonhosamente demitido. O Delegado Carlos Andrade injustamente demitido. E
mais outros policiais que são massacrados com suas famílias, humilhados, muitas
vezes sem dinheiro sequer à subsistência.
Até quando?
Até quando o Poder Judiciário permitirá que o massacre continue? Até quando se
permitirá que pessoas sejam vítimas das perseguições políticas?
Até quando
delegados de policia amedrontados redigirão um boletim de ocorrência,
claramente de tentativa de homicídio, como disparo de arma de fogo?
O que leva
uma autoridade policial a proceder assim?
Uns podem
tudo, inclusive balear policiais civis. Outros nada, sequer levantar a cabeça
como os policiais civis.
A dor e o
sangue correm no seio da Policia Civil. Até quando?
Das duas
uma, ou por incompetência jurídica ou por ordens superiores.
De qualquer
maneira, é profundamente lamentável.
Seres
humanos estão sendo massacrados.
Volto a
afirmar, embora alguns desconheçam, o policial civil é uma pessoa, diferente
daqueles que os massacram.
Não sou,
nem defendo a corrupção. Mas uma pessoa só pode ser taxada de corrupta após
sentença judicial transitada em julgado. Até lá, constitucionalmente, é
inocente.
As
demissões a toque de caixa afrontam o bom senso, a Constituição e, inclusive,
propiciarão que todos retornem um dia.
Haja visto
o caso que para mim representa os demais, o do Delegado Conde Guerra, demitido
por repercutir uma notícia, numa afronta ao sistema legal vigente. Um
descalabro que caracteriza o estado de exceção. Ainda assim, o Judiciário
queda-se inerte e silente.
Quantos
precisarão morrer para que a sociedade acorde e comprove que sem uma Policia
Civil estruturada e valorizada, viveremos o caos e a barbárie?
Somente
posso dizer, descanse em paz Ernesto. Saiba que o seu sangue e o de outros não
permitirão que aqueles que os jogaram nesse condição, vivam em paz.
Portanto,
continuarei lutando para que se trate os Policiais Civis com dignidade e
respeito. Quando isso acontecer poderei parar de falar e de escrever.
João
Alkimin é radialista – showtime.radio@hotmail.com
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