Disponível em: http://www.vejosaojose.com.br/joaoalkimin.htm
Acesso em: 19 jan 2012
17.01.2012 22h.10
O desmonte
da Polícia Civil
por João Alkimin
Pouco a pouco vai se conseguindo o maligno
intento. Delegados como o Doutor Conde Guerra são demitidos vergonhosamente por
repercutir notícia veiculada pela Rede Globo de televisão.
O Doutor Frederico foi demitido ainda no
estágio probatório, por haver conduzido um juiz embriagado brigando na porta da
Delegacia.
Com isso, talvez garantindo a incolumidade do
magistrado, o delegado foi demitido e, o juiz promovido a desembargador.
Investigadores, carcereiros, escrivães,
papiloscopistas e outros agentes policiais são diuturnamente aterrorizados pela
Corregedoria. Muitos são demitidos sem motivo aparente e até com delegados,
absolvidos na ação penal acontece o mesmo.
Sempre fui um crítico das unidades policiais
fardadas, pois entendo que não é essa a função da Polícia Judiciária, mas
reconheço que o GARRA, o GOE e o GER são unidades que prestavam serviços à
população e geravam uma sensação de segurança.
Não conheço pessoalmente, nem sou amigo do
Delegado Nico, por sinal já o critiquei várias vezes.
Mas reconheço que durante o tempo que sua
Senhoria esteve à frente do GARRA, em São Paulo, não houve nenhum escândalo,
nenhuma ocorrência duvidosa.
Indago também aqui porque o famoso Grupo 30 do GOE
foi desmantelado se nenhum ato indigno foi cometido?
Teriam desagradado a alguém durante uma
ocorrência? Ou detido alguma figura importante?
E o GER, Grupo Especial de Resgate, que hoje se
limita a uma viatura abandonada na garagem da Policia Civil?
Em qualquer país civilizado, as negociações,
quando existem reféns, são conduzidas pela Polícia Judiciária.
Mas, no Brasil, especificamente no Estado de
São Paulo, é atribuição da Policia Militar. Porque? Será porque o Secretário
foi policial militar?
O desmonte, a desmotivação, o medo não é só em
razão disso. O plantão policial é de 14 horas, uma indignidade,já que nenhum
ser humano foi concebido para aguentar um plantão noturno de 14 horas.
Faltam policiais, estrutura e acima de tudo
salário digno.
É incrível que um policial civil ou militar,
operacional ou delegado, saia para trabalhar deixando sua casa, sua família
precisando de dinheiro, as vezes até para remédio.
É inconcebível que o policial que se envolva em
uma ocorrência ou esteja sendo processado não tenha dinheiro suficiente para
pagar um bom advogado para defendê-lo.
Algumas coisas causam estranheza, qualquer
individuo, de qualquer classe social, adentra uma Delegacia de Policia e pode
falar inclusive com o chefe dos investigadores, dos escrivães ou com o delegado
titular.
Todavia, raríssimas pessoas adentram a um
quartel da Policia Militar para falar com o comandante de companhia, quanto
mais com o comandante do batalhão que hoje, por determinação do comandante
geral, usam automóveis Vectra, andam a paisana e são chamados de Executivos da
Segurança Pública.
Causa-me tristeza encontrar policiais civis que
falam estar só esperando completar o tempo para se aposentar.
Bons policiais experientes que farão falta à
Segurança Publica.
Até quando conviveremos com tudo isto?
Com uma policia assustada, atemorizada, onde só
os amigos do rei tem privilégios.
Estou muito a vontade para falar, pois nunca
residi em flat de subordinado meu, em minha empresa de Radio Difusão.
Não fumo charutos e não tomo vinho, os cigarros
que fumo e o refrigerante que bebo são pagos do meu bolso.
Não devo nada a ninguém, se fosse funcionário
público e residisse em imóvel de algum subordinado, embora em bairro nobre, não
seria correto. E cabe ao Ministério Público investigar essas ligações
perigosas.
Também causa espanto a informação de que o
senhor Secretário viajou para Argentina na companhia agradável do Doutor
Youssef, Diretor do DEMACRO e de outro delegado de Carapicuiba quando estava em
ebulição o caso cracolândia.
Mas trata-se de uma outra conversa que fica
para uma próxima vez.