Disponível em:
http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha/-/journal_content/56/18107/916751;jsessionid=2AEBAEAF69320178BA12E06291705157.lr1?refererPlid=18115
Acesso em: 20 ago 2011
Folha de S. Paulo
Sat, 20 Aug 2011 07:32:21 -0300
Quadrilhas já atacaram 500 caixas eletrônicos
Órgãos de inteligência da Polícia Civil apontam
presença de PMs nos grupos
ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO
Pelo menos 500 caixas eletrônicos foram roubados ou
furtados neste ano no Estado de São Paulo, segundo levantamento dos órgãos de
inteligência da polícia, informa André Caramente.
Análise parcial feita pela Folha revela que os
principais alvos são as máquinas instaladas nas agências bancárias (37%),
seguidas por supermercados (22%) e postos de gasolina (10%).
Em média, cada caixa tem de R$ 70 mil a R$ 100 mil.
Os ladrões intensificaram ataques às máquinas, em geral, com explosivos ou
maçaricos, para evitar os tiroteios em assaltos a banco.
Até junho, a Polícia Civil havia conseguido
rastrear quatro quadrilhas. Em todas, foi detectada participação de policiais
militares - atualmente, 35 estão sob investigação.
Dados sobre assaltos a equipamentos eletrônicos de
saque de dinheiro constam de levantamento inédito da polícia
Máquinas em mercados, postos de combustível e
agências guardam até R$ 100 mil; quadrilhas têm ajuda de policiais
Pelo menos 500 caixas eletrônicos, em
aproximadamente 170 ataques, foram roubados ou furtados neste ano no Estado de
São Paulo.
Os dados são de levantamento realizado pelos órgãos
de inteligência das polícias.
Em média, cada caixa guarda de R$ 70 mil a R$ 100
mil. Caso os ladrões tivessem êxito em levar o dinheiro de todas as 500
máquinas, as quadrilhas teriam conseguido cerca de R$ 50 milhões.
A fim de evitar risco de tiroteio com vigilantes ao
invadir bancos em horário comercial, os ladrões passaram, desde o início deste
ano, a atacar os equipamentos com explosivos ou maçaricos.
Em cincos dos ataques, 14 pessoas morreram. Onze
são suspeitas de participar dos roubos. Outras três nada tinham a ver com os
assaltos: um vendedor de milho que passava com seu carro próximo ao parque
Ibirapuera, um menino que caminhava pela rua no Grajaú e um PM que cuidava de
outro crime e, por acaso, ficou na linha de tiro dos assaltantes em fuga.
No caso mais violento neste ano, seis homens que
tentavam roubar caixas eletrônicos de um supermercado na zona norte de São
Paulo foram mortos pela Rota, grupo especial da PM de São Paulo.
Até junho, a Polícia Civil havia rastreado quatro
quadrilhas especializadas e, em todas elas, foi detectada a participação de
PMs. Hoje, 35 são investigados sob suspeita de ajudar nos assaltos.
Quando não participam diretamente de ataques, PMs
dão a ladrões dados sobre horários de patrulhas e sistemas de segurança de
agências bancárias, postos de gasolina e mercados que mantêm tal tipo de
equipamento.
Em maio, a Associação Comercial de São Paulo chegou
a recomendar aos donos de estabelecimentos que não se sintam seguros a retirada
dos caixas eletrônicos. Muitos abriram mão da máquina.
Análise feita pela Folha em 116 dos 170 roubos ou
furtos revela que as quadrilhas ainda têm como principal alvo os caixas
instalados dentro de agências bancárias, onde ocorreram 37% dos casos. O
segundo alvo são mercados, com 21,5% dos casos.
Cerca de 10% dos ataques ocorrem em postos de
gasolina, como o caso registrado na madrugada de ontem em Jundiaí, cidade do
interior a 58 km da capital. Uma quadrilha com oito ladrões usou explosivos
para destruir uma máquina. Ninguém foi preso.
Como os ataques com uso de explosivos são um
fenômeno criminal recente, a Federação Brasileira de Bancos adotou medidas de
segurança para diminuir os crimes.
A principal foi a instalação de mecanismos para
manchar com tinta rosa notas de máquinas arrombadas a fim de que sejam
identificadas.