17 de mar. de 2011

DGP FRUSTRA REPRESENTANTES SINDICAIS

Extraído do Jornal do Sinpol de Ribeirão Preto nº 175 – março de 2011

Delegado Geral de Polícia atrasa encontro, fala por quase uma hora e não responde às dúvidas dos sindicalistas, que saíram desapontados com reunião.

A primeira reunião realizada entre o atual Delegado Geral de Polícia (DGP), dr. Marcos Carneiro Lima e os integrantes da Representação Coletiva dos Policiais Civis do Estado de São Paulo, realizada no gabinete da Delegacia Geral de Polícia, na sede da SSP (Secretaria da Segurança Pública) foi, na opinião dos sindicalistas, improdutiva e frustrante.

O encontro, realizado no dia 17 de fevereiro, havia sido solicitado com bastante antecedência, segundo a presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis da Região de Ribeirão Preto) Maria Alzira da Silva Corrêa. “Já havíamos encaminhado a pauta de reivindicações tão logo o novo DGP foi nomeado pela equipe do atual governo. Ele teve, portanto, tempo para se preparar para a reunião, onde esperávamos ter boas notícias, diante do relacionamento franco e direto que travamos com seu antecessor, dr. Domingos Paulo Neto”, explicou Maria Alzira.

Na reunião, todavia, os sindicalistas tiveram que aguardar o DGP por cerca de uma hora, sob a alegação de um assessor do delegado de que a agenda estava repleta. Depois da espera, o dr. Marcos adentrou na sala de reuniões, onde era aguardado pelos sindicalistas. Saudou-os em um breve cumprimento e iniciou um discurso de aproximadamente 45 minutos, ininterruptamente.

De acordo com a presidente do Sinpol, o dr. Marcos falou sobre a estrutura da DGP, sobre questões internas, como número de seguranças aos quais ele tem direito na qualidade de Delegado Geral, além da frota de veículos que têm à sua disposição. “Em momento algum, todavia, se posicionou sobre assuntos que gostaríamos de discutir, que tratam exatamente da pauta que enviamos”, lamentou Maria Alzira.

A pauta de reivindicações foi definida na primeira reunião dos integrantes da Representação Coletiva, realizada na cidade de São Paulo no dia 12 de janeiro e consta de sete itens principais:

- Reestruturação das carreiras policiais civis, já em trâmite há 10 anos;

- Regularização do cálculo do RETP (Regime Especial de Trabalho Policial);

- Descongelamento do Adicional de Insalubridade;

- Transformação da remuneração em subsídio;

- Regularização da Aposentadoria Especial;

- Cumprimento da lei que fixa a data-base em 1º de março de cada ano;

- Revalorização do Vale Alimentação, com ampliação da faixa de abrangência, das 141 UFESPs para 300 UFESPs.

Tão logo foi definido, o documento foi encaminhado pelos integrantes da Representação Coletiva ao DGP, ao SSP e à equipe de governo, além de encaminhar ao próprio governador Geraldo Alkmin. “Houve alguns boatos e comentários que nos deixaram bastante esperançosos quanto a esse primeiro encontro com o DGP, mas a reunião foi frustrante.

Não fosse um aparte concedido a um dos integrantes da Representação Coletiva quando o DGP estava prestes a deixar a sala, não teríamos falado nada sobre a pauta de reivindicações. E, após sua fala de quase uma hora, com temas de pouco interesse para nós, que estávamos lá pleiteando melhorias para a nossa sofrida categoria, o DGP foi monossilábico em suas respostas pouco esclarecedoras. Em resumo nada muda”, diz desapontada a presidenta do Sinpol.

Diante daquilo que consideraram um retrocesso nas negociações da Campanha Salarial 2011, os integrantes da Representação Coletiva, imediatamente, partiram para um agendamento de reunião com o SSP, dr. Antonio Ferreira Pinto. “Vamos obedecer todos os degraus da hierarquia dentro da cúpula da Segurança no governo paulista, até chegarmos ao governador. Ainda esperamos poder conquistar o que pleiteamos no diálogo. Mas, se não restar outra saída, a greve, tal qual o movimento que realizamos em 2008, passa a ser a única alternativa. Esperamos não ter que chegarmos a esse ponto novamente, mas o governo já conhece a força do movimento sindical dentro da Polícia Civil. Cabe a ele escolher: negociar para atender às nossas justas reivindicações ou enfrentar novamente um movimento grevista”, adverte Maria Alzira.