Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/04/1265985-meu-neto-contou-os-tiros-diz-afif-sobre-tentativa-de-assalto.shtml Acesso em: 22 abr. 2013
20/04/2013-03h11
Meu neto
contou os tiros, diz Afif sobre tentativa de assalto
DANIELA
LIMA
DE SÃO
PAULO
"O cara
mau de boné azul tirou a arma e fez assim: pá, pá, pá". Segundo o
vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), foi assim que seu
neto de dois anos narrou a tentativa de assalto ocorrida ontem. Após os
disparos, dois tiros atingiram o carro de sua mãe.
"Ele
só tem dois anos, mas viu tudo e narra com detalhes", disse Afif à Folha.
Afif disse
que é a quinta vez em quatro anos que ele ou pessoas próximas são vítimas de
violência em São Paulo. Ele apontou a insegurança como um problema
"epidêmico" e defendeu uma política de "tolerância zero".
Apesar de
Afif ser vice de Geraldo Alckmin (PSDB), a política os afastou. Fundador do
PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab, Afif deverá deixar o cargo para
assumir um ministério no governo Dilma Rousseff (PT).
Ele afirmou
ter recebido de Alckmin ontem um telefonema de solidariedade.
Como foi a
abordagem?
Minha filha
estava levando meu neto para a escola e eles [assaltantes] entraram na frente
do carro. Ela não parou. Agora é assim: quando desrespeita a ordem, eles
atiram. O carro era blindado. Várias câmeras filmaram assaltos naquela região.
O esquema é o mesmo.
É a
primeira vez que algo assim acontece?
É a quinta
vez que eu ou pessoas próximas a mim somos vítimas de violência, em quatro
anos. Houve um assalto na minha casa, oito caras armados. Eu era secretário do
[ex-governador José] Serra.
E os outros
episódios?
Um
arrastão, depois um assalto no semáforo. No fim do ano passado, meu ajudante de
ordem tomou um tiro de raspão na cabeça quando o motorista o deixou em casa.
Ele [policial] trocou tiros com o cara. Eu já era vice-governador. Isso demonstra
que o problema não é mais endêmico, é uma epidemia. Há uma epidemia de
insegurança.
Sua família
pretende falar sobre o assunto?
Não, a
pessoa pública sou eu. Não faz sentido também porque não é só com minha
família. A violência tornou-se absolutamente corriqueira na vida de toda a
população.
O sr. fala
em 'epidemia'. O que defende para controlar?
Um plano de
tolerância zero ao crime, bem organizado.
Como seria?
Não sei,
mas é preciso.
Como está a
sua filha?
Está bem. O
impressionante é meu neto, que viu tudo. Tem dois anos, mas dá detalhes: 'o
cara mau de boné azul tirou a arma e fez assim: pá, pá, pá'. Ele contou os
tiros.