24 de dez. de 2012

Desembargadores querem saber se foram grampeados pela PM



22/12/2012-07h00
Desembargadores querem saber se foram grampeados pela PM
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ROGÉRIO PAGNAN
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO

DO "AGORA"

Um grupo de desembargadores de São Paulo quer que a Corregedoria do Tribunal de Justiça investigue se telefonemas com jornalistas foram monitorados por central de escutas telefônicas da PM em Presidente Prudente (SP).


Um deles é o desembargador Xavier de Aquino, do Órgão Especial do TJ, que deve se reunir com o corregedor José Renato Nalini na quarta.

"Quero saber quem autorizou, quem está por trás", disse. Seu nome foi citado pelo radialista João Alkimin, de São José dos Campos, que registrou ocorrência policial.

Alkimin, que tem blog que aborda segurança pública, disse que um PM lhe mostrou transcrições de conversas suas com várias pessoas, entre elas quatro desembargadores.

Aquino diz que falou com o radialista ao participar de programa sobre música. O desembargador disse que ficou "estupefato" com a notícia.

O delegado-geral, Luiz Maurício Blazeck, disse que a Polícia Civil vai investigar acusações feitas por Alkimin e pela Associação dos Delegados --a entidade diz que a realização de escutas é amplamente sabida na polícia.

O desembargador Antonio Carlos Malheiros, da área da Infância e Juventude do TJ, disse que vai procurar o corregedor e o presidente do tribunal, Ivan Sartori. Ele disse que é "extremamente grave" a informação do jornalista Sandro Barboza, da TV Bandeirantes, que diz ter sido grampeado ao falar com ele.

"Acho que a investigação precisa ir a fundo. Se foi autorizado pela Justiça, a Justiça tem de dar uma razão para isso", disse Malheiros.

O desembargador aposentado Luiz Antonio Rizatto Nunes, também citado por Alkimin, disse que vai analisar que medidas deverá adotar.

A queixa feita pela Associação dos Delegados é baseada em reportagens da Folha e do jornal "Oeste Notícias" sobre central de escutas criada em 2006 pelo então secretário de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, para monitorar presos.