Disponível
em: http://www.ptalesp.org.br/artigo/?acao=ver&id=1160
Acesso em: 18 out. 2012
10/10/2012
Outubro sangrento
Outubro sangrento
Há meses a sociedade paulista é assombrada por
notícia de assassinatos conduzidos pelos mesmos roteiros: agentes da Polícia
Militar de São Paulo assassinados, na sequência morte de civis ou vice e versa,
sendo que dos civis alvejados alguns são portadores de fichas criminais e
outros são apenas moradores da periferia da capital e de municípios da Grande
São Paulo.
Mesmo diante da gravidade o governador
Alckmin tem desdenhado da realidade sangrenta que atingiu a Região da Grande
São Paulo, declarando que há muita lenda sobre a facção criminosa e seu
secretário de segurança endossou a tentativa de minimizar a violência e diz que
a imprensa exalta o crime organizado e glamoriza a facção, a sociedade sofre
com o desamparo e fica em meio do fogo cruzado, nesta batalha entre a polícia e
os criminosos.
Não há como fechar os olhos. Só neste final
de semana foram 15 mortes na Baixada Santista. Logo nos primeiros dias da
semana, nove pessoas foram assassinadas na região de Taboão da Serra e Embu das
Artes, sendo que entre os mortos há um policial militar. O mesmo enredo foi
constatado na cidade de Guarulhos, onde, entre o final da tarde de domingo
(7/10) e a madrugada de segunda-feira (8/10), 13 pessoas foram baleadas e
quatro mortos em menos de 24 horas.
O que vemos é o acirramento da violência. Os
agentes de segurança do maior Estado da federação estão apreensivos com a escalada
de assassinatos. A PM contabiliza 78 agentes mortos. Destes casos, 33 com
características de execução.
Recentemente a imprensa publicou informações
do relatório do Ministério Público do Estado de São Paulo que apontou o
expressivo contingente da facção, sua presença em 123 municípios do Estado,
dados sobre a sua contabilidade e o montante que administram mensalmente. Nesta
ocasião, a dupla Alckmin e seu secretário da segurança, Antonio Ferreira Pinto,
entoou o ‘mantra’ de que em São Paulo não há ação do crime organizado.
Enquanto isso, o confronto aberto segue em
escaladas assustadoras e não temos uma ação mais contundente do Estado, no
sentido do cessar fogo e dar à sociedade segurança.
Para tanto, é necessário a articulação de
força tarefa entre os setores de inteligência das polícias civil, militar e o
Ministério Público Estadual. Traçar ações conjugadas com o Judiciário, aumentar
o efetivo policial, melhor equipá-lo, prepará-lo, respaldá-lo, mas manter o
total controle da situação e do comando da tropa, pois há fortes indícios de
confronto, entre os agentes de segurança do Estado e criminosos, inspirados na
revanche e, em meio ao fogo cruzado, lembre-se governador Geraldo Alckmin que
há toda uma população a quem o Estado deve proteger e garantir a segurança
pública.
Deputado Alencar Santana Braga
Líder do PT na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo