Disponível em: http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2012/08/31/pm-apura-fraude-no-inquerito-da-morte-de-garoto-por-soldados.jhtm
Acesso em: 2 set 2012
PM apura
fraude no inquérito da morte de garoto por soldados
31/08/2012
- 22h42 | da Folha.com
Thiago
Júnior da Silva, 16, sumiu após uma operação de PMs do 31º Batalhão em 17 de
março de 2011, no Parque Santos Dumont, periferia de Guarulhos (Grande São
Paulo).
Segundo o
inquérito policial militar, Eliana da Silva, 38, prestou depoimento no batalhão
no dia seguinte, após encontrar o corpo do filho em um matagal. Ela teria dito,
segundo o documento, que o filho havia sido abordado por policiais e liberado
em seguida.
À Polícia
Civil, porém, a mãe disse que nunca havia entrado no local ou prestado
depoimento sobre o caso à PM. O documento com a assinatura dela foi submetido a
análise do Instituo de Criminalística, que constatou a fraude.
O caso foi revelado hoje pelo jornal "Diário de S. Paulo".
Em abril
deste ano, o Setor de Homicídios de Guarulhos encerrou a investigação da morte
do garoto e concluiu que os responsáveis foram os soldados Paulo Hernandes
Bastos, Ednaldo Alves da Silva, Edilson Luís de Oliveira e Fábio Henrique da
Silva.
Eles
chegaram a ser presos após a Justiça decretar sua prisão temporária, mas depois foram beneficiados
por um habeas corpus solicitado pelo tenente-coronel Antonio de Mello Belucci,
comandante do 31º Batalhão.
TATUAGEM
O corpo de
Thiago tinha uma marca de tiro no pescoço com características de
"tatuagem", ou seja, foi disparado à queima roupa.
À polícia,
a mãe dele disse que um dos quatro PMs suspeitos pela morte do jovem o havia
ameaçado de morte 15 dias antes do crime.
Segundo o
depoimento dos PMs, Thiago estava com outros três jovens e um deles teria
atirado contra o carro da PM. O soldado Bastos disse apenas ter dado um tiro
para o alto.
Uma
testemunha ouvida pela polícia, entretanto, disse que Thiago implorou aos
policiais para não ser morto.