Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/2012-07-26/momento-para-se-questionar-o-comando-da-policia-e-oportuno-diz-procurador.html Acesso em: 27.07.2012
Procurador
defende a troca de comando da PM em audiência pública
Para
Matheus Magnani, do MPF em São Paulo, polícia pratica "violência por mero
prazer"; segundo governador Geraldo Alckmin, ação é "totalmente
descabida"
iG São
Paulo | 26/07/2012 17:58:46
Em
audiência pública no Ministério Público Federal em São Paulo, nesta
quinta-feira, o procurador da República Matheus Baraldi Magnani defendeu a
troca de comando da Polícia Militar. “Eu acho que já é oportuno o momento para
se questionar a troca do comando da polícia militar, mas não só a troca
pontual, também a luta pela mudança da estrutura ideológica”, disse. Segundo o
MPF o objetivo da audiência é impedir novas mortes e violações aos direitos dos
cidadãos.
O defensor
público Carlos Weis expulsa do auditório o presidente da Associação dos
Oficiais da PM durante audiência conturbada
O
procurador criticou também a “apologia ao uso da violência” por parte do
Estado. Segundo ele, isso “faz com que tenhamos praças [policiais]
absolutamente desequilibrados que não conseguem nem dosar nem direcionar a
violência”.
Em resposta
à posição do MPF, o governador Geraldo Alckmin afirmou nesta manhã que a medida
é "totalmente descabida”. Segundo ele, o Ministério Público “devia
investigar primeiro o tráfico de drogas. Nós produzimos laranja, cana, café,
soja, milho, mas não produzimos cocaína. Por onde entra a cocaína? Entra pela
fronteira. Onde está a polícia de fronteira?”.
Sem definir
uma data, o procurador da República Matheus Baraldi informou que vai entrar
com ação na 1ª instância da Justiça Federal solicitando o afastamento do
comando da PM de São Paulo. Também pedirá ao Ministério Público
Federal que acompanhe a situação da criminalidade no Estado pelos próximos 12
meses.
"O que
chamou a atenção para tomar essa medida foi a violência por mero prazer por
parte dos PMs. O governo precisa resolver isso imediatamente", afirmou.
O
procurador recomendou ainda que familiares de vítimas ou advogados que desejem
maior investigação de casos encaminhem ao MPF pedidos de federalização da
apuração criminal. "Esse exercício é necessário para mostrar, em um futuro
próximo, que a federalização desses casos é necessária", afirmou durante a
audiência.
Outra
medida que a ação pretende cobrar na Justiça para garantir a preservação de
direitos humanos é a proibição da prisão em flagrante para casos de
"desacato à autoridade". "Muita arbitrariedade tem sido cometida
pelas autoridades por causa de supostos desacatos", afirma.