Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2012-06-25/nova-onda-de-ataques-poe-policia-de-sao-paulo-em-alerta-total.html
Acesso em: 26 jun 2012
Nova onda
de ataques põe polícia de São Paulo em alerta total
Patrulhamento
foi reforçado em São Paulo após execução de sete PMs e outros ataques. Mais
agentes estão nas ruas e a segurança foi reforçada na capital paulista
Alexandre
Dall´Ara- iG São Paulo | 25/06/2012 19:39:16- Atualizada às 25/06/2012 20:05:30
Após
nova onda de ataques à polícia - que resultou em ao menos sete PMs
executados - agentes que fazem o patrulhamento no Estado trabalham em alerta
total. Mais policiais estão nas ruas e a segurança foi reforçada na capital
paulista.
“Não sei se
é o PCC (Primeiro Comando da Capital), mas é possível que seja. Os boatos dizem
que têm 50 policiais para morrer. Não são policiais marcados, é um
número", afirma um comandante da PM que pediu para não ser identificado.
AE
Blitz da polícia militar na região central de São Paulo. A atenção foi reforçada após recentes ataques
|
Nesta
segunda-feira, o iG percorreu diferentes regiões de São Paulo para saber como
os agentes estão reagindo e trabalhando após os ataques que mataram pelo menos
sete agentes em horário de folga desde o dia 30 de março, data em que policiais
da Rota mataram durante uma ação seis suspeitos de integrar o PCC.
No centro
da cidade, em uma base de policiais no Brás, uma agente que não quis se
identificar confirmou que o patrulhamento à noite é feito por um efetivo maior,
mas não quis precisar quanto e justificou: "Você pode ser da facção.
Qualquer um pode chegar aqui e perguntar. Não podemos dar endereços das bases.
Tudo por uma questão de segurança", afirmou.
Outros
ataques: Bandidos
queimam ônibus e atacam base da PM em Diadema
Alexandre Dall´Ara
Base Móvel da PM em frente ao parque
Trianon, na avenida
Paulista |
A onda de
ataques mudou a rotina por patrulhamentos na cidade. Os agentes estão em alerta
mesmo em regiões onde não foram registrados atentados. "A orientação é
para redobrar a atenção no horário de folga. Os casos aconteceram em horário de
folga. Agora, quando há uma ocorrência, vai uma viatura para apoio, as viaturas
não saem sozinhas", diz o tenente Costa Lopes, que trabalha na base da PM
do Parque Trianon, na região da avenida Paulista.
O
tenente-coronel José Luiz Campo, comandante do 7º Batalhão da PM, confirma que
o trabalho policial foi reforçado e que os agentes estão trabalhando com
armamento pesado. "Estamos em condição operacional de alerta. Pode
acontecer dos agentes portarem armamento de calibre maior e também fazemos
alguns bloqueios. Mas não estamos como em 2006 (ano
do ataque do PCC). É preciso cuidado para não criarmos um monstro, mas não
podemos deixar de ver o que está acontecendo", diz.
Segundo o
tenente, o aumento no número de bloqueios policiais ocorridos durante o fim de
semana ocorreu também por conta dos recente arrastões registrados na cidade.
"Aqui estamos em um momento em que essa situação coincidiu com os casos de
arrastão, por isso os bloqueios".
Alexandre Dall´Ara
Motos da PM e carro da Guarda Civil em
frente ao 8º
Distrito Policial, no Brás,
na região central da capital
|
Na zona
leste, onde ocorreu a maioria dos casos de execução de PMs, o sargento Eduardo,
comandante do 8º Batallhão, que fica na região do Tatuapé, informa que recebeu
uma base móvel extra. “Recebemos reforço com quatro policiais e armas de grosso
calibre para o caso de enfrentamento. Se acontecer alguma coisa, estamos
preparados".
Para
aumentar o número de policiais nas ruas, agentes que trabalham dentro dos
batalhões foram deslocados para o patrulhamento para aumentar a situação de
segurança da população. “As pessoas da parte interna estão indo para o
operacional para aumentar o efetivo”, diz o sargento.
Os sete
executados
Sete mortes
aconteceram desde 30 de maio. Seis delas nos últimos 12 dias, sendo que nos
últimos quatro dias foram registrados quatro casos, um por dia. Veja abaixo
quais foram os sete últimos executados, em uma sucessão de crimes considerada
por Jorge Carlos Carrasco, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e de
Proteção à Pessoa), uma “retaliação” dos criminosos ao trabalho da Polícia
Militar.
1) Edilson
Avelino dos Santos, 37 anos
30 de maio, às 7h30, no Guarujá
Atingido por tiros na escola onde trabalha como zelador
30 de maio, às 7h30, no Guarujá
Atingido por tiros na escola onde trabalha como zelador
2) Valdir
Inocêncio dos Santos, 39 anos
12 de junho, em Guaianases
Atingido por 20 tiros na porta de sua casa
12 de junho, em Guaianases
Atingido por 20 tiros na porta de sua casa
3) Domingos
Antônio Aparecido Siqueira, 43 anos
17 de junho, às 9h30, no Jardim Iguatemi
Atingido por 6 disparos na porta de sua casa
17 de junho, às 9h30, no Jardim Iguatemi
Atingido por 6 disparos na porta de sua casa
4) Vaner
Dias, 44 anos
20 de junho, às 20h45, na Vila Formosa
Atingido por 4 disparos na academia onde era instrutor de artes marciais
20 de junho, às 20h45, na Vila Formosa
Atingido por 4 disparos na academia onde era instrutor de artes marciais
5) Paulo
César Lopes Carvalho, 40 anos
21 de junho, às 20h10, no Jardim Comercial
Atingido por 9 disparos no supermercado
21 de junho, às 20h10, no Jardim Comercial
Atingido por 9 disparos no supermercado
6) Osmar
Santos Ferreira, 31 anos
22 de junho, 5h19, no Jardim Edda
Atingido por 3 disparos no percurso entre sua casa e o trabalho
22 de junho, 5h19, no Jardim Edda
Atingido por 3 disparos no percurso entre sua casa e o trabalho
7) Joaquim
Cabral de Carvalho, 45 anos
23 de junho, 6h15, em Ferraz de Vasconcelos
Atingido por 5 disparos quando voltava para casa
23 de junho, 6h15, em Ferraz de Vasconcelos
Atingido por 5 disparos quando voltava para casa