Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1097795-imagem-e-telefonema-foram-determinantes-para-prisao-de-pms-da-rota.shtml
Acesso em: 31 mai 2012
FOLHA.COM
30/05/2012-13h01
Imagem e
telefonema foram determinantes para prisão de PMs da Rota
DE SÃO
PAULO
As imagens
de câmeras de monitoramento e uma ligação telefônica que duraram 12 minutos
foram determinantes para a prisão de três policiais da Rota --grupo da Polícia
Militar--, suspeitos de torturar e matar um homem detido após um tiroteio na
Penha, zona leste de São Paulo.
As imagens
foram registradas por câmeras da concessionária que administra a rodovia Ayrton
Senna, onde os três policiais estacionaram o carro e permaneceram por 12
minutos. Mesmo horário e minutos em que a central da PM recebeu a denúncia de
uma testemunha descrevendo o que estava acontecendo no local. Na ligação foi
possível ouvir o som dos tiros disparados contra o homem.
O
assassinato ocorreu após tiroteio entre suspeitos e policiais na noite de
segunda-feira (28) em um lava-rápido e estacionamento da rua Osvaldo Sobreira.
Segundo a
polícia, o grupo planejava uma ação para libertar um detento que seria
transferido do CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém, na capital paulista,
para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (611 km de SP).
A ação
terminou com seis suspeitos baleados. Todos foram socorridos, mas um dos carros
da Rota desviou do caminho para o hospital. Os três policiais pararam o veículo
no km 1 da Ayrton Senna, onde começaram a agredir o suspeito ferido, de acordo
com relato da testemunha à polícia.
Em
entrevista na terça-feira (29), o diretor do DHPP (Departamento de Homicídio e
Proteção à Pessoa), Jorge Carrasco, o tenente-coronel da Rota, Salvador Madias,
e o corregedor da PM, coronel Rui Conegundes, afirmaram que toda a operação da
polícia foi legítima, com exceção da postura dos três PMs que teriam matado o
suspeito.
Editoria de
Arte/Folhapress
TIROTEIO
Uma equipe
de 24 policiais da Rota chegou ao lava-jato na Penha a partir de uma denúncia
feita para o quartel da companhia. Na entrada, encontraram um homem, que
entregou a arma e não resistiu à prisão.
Quando entraram
no estabelecimento, o grupo teria começado a atirar nos policiais, que
revidaram. Nenhum policial ficou ferido na ação.
Dos seis
mortos no tiroteio de ontem, apenas três foram identificados: Claudio Henrique
Mendes da Silva, José Carlos Arlindo Júnior, 35, procurado por furto, roubo e
homicídio, e Antônio Marcos dos Santos, 35, procurado por tráfico.
Outros três
suspeitos foram presos: Fabiana Rufino de Souza, Luci Maria Pereira Ramos, 48,
e Ricardo dos Santos Souza, 34 --os dois últimos já eram procurados sob
suspeita de roubo, formação de quadrilha, tráfico e porte de arma. Cinco
pessoas conseguiram fugir.