14 de abr. de 2012

Polícia Militar 2.0



Sábado, 14 de abril de 2012
AgoraSão Paulo

Editorial
14/04/2012

Polícia Militar 2.0

Parecia uma boa notícia: em 2011, o governador Geraldo Alckmin anunciou que colocaria novos aparelhos eletrônicos nos carros da Polícia Militar que patrulham o Estado de São Paulo.

A ideia era bacana. Os veículos ganhariam tablets (computadores de mão que parecem uma prancheta), e os policiais usariam o equipamento para se conectar à rede de informática.

Assim, das ruas, o policial poderia registrar ocorrências ou consultar RGs e placas de carros de suspeitos. Ele não perderia tempo ligando para a base ou indo a uma delegacia para fazer essas coisas. Um avanço.

A ideia foi levada adiante, e a Polícia Militar gastou mais de R$ 25 milhões para comprar 11.750 tablets.

Só que agora se fica sabendo que os aparelhos funcionam mal. Um PM disse que, nos últimos três meses, só conseguiu entrar na internet duas vezes com o tablet. Uma vergonha.

Apesar das evidências, o comando da PM nega que os aparelhos tenham problemas. O governo diz que são "questões pontuais".

Não é hora de tentar negar o óbvio. A escolha dos aparelhos deveria ter sido feita com mais cuidado.

Aliás, a Diretoria de Telemática da PM, responsável pelo setor de tecnologia, parece estar com dificuldades. O chefe da seção caiu, e o governo suspendeu todas as compras dessa área feitas desde dezembro de 2011.

A medida não atinge os tablets, porque eles foram comprados em 2010. Já que não dá para voltar no tempo e o dinheiro já foi investido, os problemas precisam ser corrigidos o quanto antes.

A propaganda precisa ser levada a sério pelos governantes: uma polícia bem equipada é direito da população e um dever do Estado.