Disponível
em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1028780-servidores-ja-podem-transferir-conta-salario-para-outro-banco.shtml
Acesso em: 11 jan 2012
FOLHA.COM
02/01/2012-08h58
Servidores
já podem transferir conta-salário para outro banco
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DA AGÊNCIA
BRASIL
O servidor
público que recebe pagamento em conta-salário poderá, a partir desta
segunda-feira, pedir a transferência automática do dinheiro para o banco que
escolher. Esses trabalhadores foram os últimos a ter acesso ao benefício, uma
vez que os da iniciativa privada têm esse direito desde 2009.
Com o prazo
maior para a entrada em vigor do benefício ao funcionalismo público, Estados e
municípios puderam oferecer por mais tempo o atrativo dos pagamentos aos
servidores na hora de leiloar as folhas às instituições financeiras.
De acordo
com as regras estabelecidas pelo governo, para transferir o salário para outra
conta diferente da aberta pelo empregador, é preciso que a indicação seja feita
por escrito à instituição financeira.
O banco é
obrigado a aceitar a ordem no prazo de até cinco dias úteis. Os recursos devem
ser transferidos para o banco escolhido pelo empregado até as 12h do dia do
crédito do salário.
A
conta-salário é diferente da conta-corrente por ser destinada ao pagamento de
salários, aposentadorias e pensões e por se tratar de um contrato firmado entre
a instituição financeira e a empresa empregadora, e não entre o banco e o
empregado.
SEM CHEQUE
Na
conta-salário, o cliente não tem direito a talão de cheques e não pode receber
outros depósitos além do salário. No site do Banco
Central, há uma série de perguntas e respostas sobre a conta-salário.
A
instituição que processa o maior número de folhas de pagamento de servidores
públicos no país é o Banco do Brasil. Segundo o diretor de Clientes Pessoa
Física do BB, Sérgio Nazaré, são 1,516 milhão de servidores federais, o que
representa 71% dos pagamentos a esses trabalhadores. No caso dos servidores
estaduais, são 3,104 milhões (59%), e dos municipais, o número chega a 2,058
milhões (27%).
O diretor
do BB disse que o banco não espera perder clientes com a nova regra. Segundo
ele, a instituição tem investido em estratégias não somente para manter, mas
também para aumentar o número de clientes. Desde 2009 está sendo ampliada a
rede de atendimento, são trocados equipamentos de autoatendimento para garantir
maior velocidade e são ofertados aos clientes produtos e serviços customizados.
"Há um
reforço na estrutura de relacionamento", disse. Ele lembrou que servidores
federais têm livre opção bancária por decisão do Ministério do Planejamento e,
mesmo assim, não houve redução de clientes nesse segmento.
De acordo
com o Ministério do Planejamento, os servidores públicos federais sempre
puderam escolher o banco onde querem receber o salário.
A maior
concentração de pagamentos está no BB, com 76,41% --cerca de R$ 4,9 bilhões--
do total de pagamentos a servidores ativos e aposentados feitos em outubro
deste ano. Em seguida vêm a Caixa Econômica Federal, com 12,65% (R$ 825
milhões), o Banco de Brasília (4,01% ou R$ 261,5 milhões), o Itaú (2,79%, R$
182,3 milhões) e o Bradesco (1,31%, R$ 85,8 milhões).
Além dessas
cinco, outras instituições financeiras também fazem os pagamentos mas, segundo
o ministério, formam um percentual pequeno na preferência dos servidores.
Em nota, o
Banco Itaú não informou o número de servidores que têm conta-salário e disse
que apoia a portabilidade, que é um legítimo direito do trabalhador. O Bradesco
informou apenas que paga salários de 2 milhões de servidores em todo o país. A
Caixa, por meio da assessoria de imprensa, disse que prefere não se pronunciar
sobre o assunto por questões estratégicas.