Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/policia-civil-nao-tera-mais-carcereiros-ate-o-fim-de-2012 Acesso em: 21 dez 2012
Polícia Civil não terá mais
carcereiros até o fim de 2012
Agentes se tornarão investigadores.
Decisão anunciada pelo governador Geraldo Alckmin integra plano de fechar as
prisões dos distritos policiais
Alckmin: “Não ter presos em
distritos traz uma vantagem na eficiência, na investigação, ou seja, em todo o
trabalho do policial civil” (Eugênio Novaes/Governo de SP)
O governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, anunciou nesta sexta-feira que será extinta, até o final de 2012, a
figura do carcereiro na Polícia Civil. Segundo o governo, será o primeiro
estado do país a acabar com a função. A medida faz parte da estratégia de
Alckmin de zerar o número de presos nos distritos policiais. Atualmente, há por
cerca de 6.500 presos em delegacias, segundo o governador. No início do próximo
ano, informou, 2.000 mulheres detidas em carceragens civis serão transferidas
para presídios. “Não ter presos em distritos traz uma vantagem na eficiência,
na investigação, ou seja, em todo o trabalho do policial civil”, diz o
governador.
Até o final de 2012, 6.164 vagas
estão previstas para serem abertas em dez novos presídios, segundo levantamento
feito pelo site de VEJA a partir de dados oficiais da Secretaria de
Administração Penintenciária (SAP). O custo estimado é de aproximadamente 370
milhões de reais. Hoje, estão em contrução 14 carcerargens no interior de São
Paulo. As obras fazem parte do plano de expansão do sistema penitenciário
paulista. Até 2014, 49 novas unidades devem ser erguidas a um investimento de
1,5 bilhão de reais. Ao todo, serão geradas 39.000 vagas. Neste ano foram
inaugurados cinco novos presídios. De acordo com a assessoria da
SAP, 173.457 pessoas estão em detenção provisória ou cumprindo pena em
penitenciárias estaduais.
Os carcereiros deverão passar por
um curso de reciclagem para se tornarem investigadores. O secretário de
Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, afirma que, por terem experiência
policial, na prática, já estão aptos para desempenhar a nova função. Hoje, em
torno de mil carcereiros trabalham em distritos de todo o estado. Alckmin e
Pinto participaram, nesta sexta-feira, de uma cerimônia que oficializou a
integração de 967 novos policias civis à corporação. O governador autorizou a
abertura de um novo concurso público para a contratação de outros 500 agentes.
A alteração faz parte de um
processo de reformulação da corporação promovida pelo estado. Segundo ele, há
cidades no interior que contam com apenas um investigador e um escrivão. E
muitos desses profissionais estão para se aposentar. Além da integração de
novos agentes e da extinção dos carcereiros, foi implantado um novo plano de
carreira para os policiais civis e encurtado o período de treinamento dos novos
agentes contratados. Agora, eles passarão por um treinamento de três meses e
por um estágio de cinco semanas no distrito. Essa mudança, diz o secretário,
não diminui a eficiência e a qualidade do policial e o torna apto mais
rapidamente.
Violência – O Mapa da Violência, divulgado nesta quarta-feira
pelo Instituto Sangari, mostra que o estado de São Paulo diminuiu a sua taxa de
homicídios. Em 2010, o número de mortes violentas foi de 13,9 para cada 100 mil
– abaixo da média nacional, de 26,2. Em 1999, São Paulo era o quinto estado
mais violento, com índice acima da média nacional: 44,1 a cada 100 mil
habitantes contra 26,2 no Brasil.
"Nós enfrentamos uma guerra em
que todo dia temos que vencer uma batalha", disse Alckmin. "Agora,
graças ao nosso trabalho, estamos em outra curva descendente". Segundo o
levantamento dos ministérios da Saúde e da Justiça, São Paulo se tornou o
terceiro estado menos violento do país – atrás de Santa Catarina e Piauí.
Fonte: Site da Veja