3 de dez. de 2011

Mensagem do Hora - investigação, interceptação


NOTA: LUÍS CARLOS DE ALMEIDA HORA, foi Investigador de Polícia em Presidente Prudente, hoje é Delegado de Polícia no Estado de Rondônia.

(desculpem. apertei o enviar sem querer)
... Crimes contra a vida se iniciam depois que o fato ocorre e demandam árdua investigação. Nessa seara, que a polícia judiciária tem de mostrar todo o seu valor, mesmo porque as provas periciais alusivas à materialidade, em regra, não imputam autoria. Quando possíveis, são adminículos para determinação de circunstâncias. A PROVA FUNDAMENTAL QUE SE DESENVOLVE AQUI É A PROVA SUBJETIVA ...


Essas investigações tem de ser desenvolvidas por profissionais capacitados, moldados durante anos, na investigação do dia-a-dia dentro de delegacias que, EFETIVAMENTE, realizam investigações.

Um investigador de homicídio é muito diferente de um investigador de patrimônio, que é muito diferente de investigador de drogas.

Pois bem. Dentro desse panorama, depois de dizerem que nossa investigação é mera peça informativa, resolveram desenvolvê-la. Não está dando certo porque eles estão em seara alheia.

Perceberam que não é qualquer um que faz, e dentre nós, nem todos tem habilidades para fazê-lo.

Assim, é necessário que tenhamos um órgão PROFISSIONAL.

Por isso que outros órgãos, hoje, estão abraçando (indiretamente) a nossa causa.
Não tem sentido dizer que nossa carreira não é jurídica. É um absurdo.

Além de jurídica, ele é policial, que é o nosso diferencial - atividade híbrida: cartorária e de campo.

Só pra rematar, a necessidade de profissionalismo é tão grande e é muito perceptível quando tratamos de interceptações telefônicas.

Hoje, se pretende encerrar uma investigação dentro de uma sala, apenas com recursos eletrônicos. Não funciona.

A gravação telefônica é mais uma "prova" indiciária. Ela tem de ser cotejada num contexto, com os testemunhos, a prova material e tudo o mais. A atividade de campo é indispensável. Quem investiga sabe que já passou a "coqueluche" da interceptação. Só um ou outro “Mané” ta falando demais no telefone, ou uma ou outra autoridade corrupta que acha que não será grampeada por causa do cargo que ocupam. Daí, se dão mal, porque confiam demais. Mas isso já virou exceção.

Amigos, lavrar flagrante e finalizar inquérito de autoria conhecida dentro de cartório qualquer bacharel em direito acaba fazendo.

Nós somos (temos de ser) DELEGADOS. - Híbrido de carreira jurídica e atividade de campo.

Luís Carlos de Almeida Hora