5 de out. de 2011

Assembléia de SP aprova pacote que reajusta salários de policiais



05/10/2011 14h45 - Atualizado em 05/10/2011 15h10
Assembléia de SP aprova pacote que reajusta salários de policiais
Policiais terão reajuste de 15% neste ano e de 11% em 2012.
Pacote reestrutura cargos de delegado de polícia.
Do G1 SP
Deputado Major Olímpio discursa na Assembleia
de SP (Foto: Roney Domingos/G1)


A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou na noite desta terça-feira (4) o pacote de leis complementares (PLCs) enviado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) que reajusta salários e reestrutura carreiras de policiais civis e militares.


O deputado estadual Major Olímpio (PDT) afirma que outros dois projetos mais polêmicos ainda devem ser objeto de discussão entre líderes dos partidos antes de votação em plenário. Esses projetos tratam da reestruturação de carreiras de policiais civis e militares.

"Foram aprovados apenas os três projetos menos polêmicos. A intenção nossa é destacar emendas que são essenciais para minimizar o prejuízo para os policiais civis e militares", afirmou.
Foi aprovado o PLC 51, que readequa os salários da Polícia Militar. A mudança provoca reajuste de 15% retroativo a 1º de julho de 2011 e de 11% a partir de 1º de agosto de 2012, estendidos a inativos e pensionistas.

O PLC 50 reajusta os salários de agentes de segurança penitenciária e de escolta e vigilância. O texto prevê aumento do valor do Adicional de Local de Exercício (Ale) para agentes de segurança penitenciária e o aumento do valor da Gratificação por Atividade de Escolta e Vigilância (Gaev), que passa a valer R$ 800.

O PLC 48, que reestrutura a carreira dos delegados de polícia, extingue a atual 4ª classe e cria quatro classes de delegados (3ª, 2ª, 1ª e especial). O texto propõe promoção por tempo de carreira e por mérito, além de modificar concursos para seu ingresso.

Haverá ainda promoção automática por tempo de serviço após 15 anos de permanência na 3ª classe. A exigência de curso de aperfeiçoamento será feita apenas em relação à habilitação para a classe especial, e não mais para o acesso à 2ª classe, como atualmente. Os salários dos delegados ficam reajustados, a partir de 1º de julho deste ano, para R$ 2.454,65 (delegados de 3ª classe) e para R$ 3.311,90 (classe especial).

Audiência relizada em setembro dividiu a categoria. Angelo Criscuolo, presidente da Associação dos Subtenentes e Soldados da PM, defendeu a aprovação rápida dos projetos. Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados, criticou a demora na aprovação da lei que garantirá o reajuste. "É pouco, mas está fazendo falta", afirmou. Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia, George Melão afirmou que o projeto não beneficia a classe. "Pelo contrário, fatia e divide", afirmou.

Willian Nunes de Araújo, do Sindicato dos Agentes de Escolta, pediu que os deputados votem nas emendas apresentadas pelas categorias e lembrou que quatro parlamentares foram vítimas de assalto nos últimos meses. "A vida de quatro deputados já foi tocada pelo crime de alguma forma pelo crime. Se vocês querem segurança, respeitem os homens da segurança."
Líder da bancada do PT, o deputado Enio Tatto afirmou que o pacote de projetos tramitou em tempo recorde e não houve tempo para discutir as emendas. Segundo ele, técnicos do governo já deixaram claro que não acatariam emendas que implicassem em aumento de gastos.

Até mesmo o deputado e coronel reformado Edson Ferrarini, aliado ao governo, pediu que seja reconsiderado o aspecto de um dos projetos que acaba por conceder tratamento desigual entre oficiais que se candidatam a um posto superior imediato assim que se encaminham para a aposentadoria. "Alguns terão o posto imediato e outros não terão. Vai ser difícil explicar para a família."