3 de jul. de 2011

OFÍCIO DO SIPOL AO GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO


Ofício nº 11/2011      Pres. Prudente, 01 de julho de 2011.
 



Senhor Governador do Estado de São Paulo
 



                          Cumprimentando-o cordialmente, a Diretoria do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Presidente Prudente-SP, vem à honrosa presença de Vossa Excelência expor justificada inquietação com a Instituição, em razão dos motivos abaixo elencados.



 

                          CARÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS – Na área do Deinter 8, havia 1082 funcionários no ano de 1994. Em levantamento realizado em fevereiro do corrente ano verificou-se que conta com apenas 775 policiais civis. Portanto, 307 policiais civis a menos. Esclareça-se que esses números não incluem a atual Superintendência da Polícia Técnico-Científica. Inversamente, a população aumentou de 1994 até os dias de hoje, recebemos inúmeras penitenciárias, passando a ser a maior concentração de presídios do mundo.
 

                          Apenas para exemplificar, a Delegacia de Polícia de Tarabai-SP contava no ano de 1993, com um Delegado de Polícia Titular, três Investigadores, dois escrivães, um auxiliar de serviço e uma funcionária pública municipal. Portanto, oito funcionários. Hoje conta com um Investigador de Polícia que está de sobreaviso ininterrupto, à noite, sábados, domingos e feriados, e Delegado de Polícia a distância.
 

                          As Investigações de crimes de autorias desconhecidas foram drasticamente prejudicadas, em razão da falta de funcionários.


                          Como subproduto da nova realidade surge o desrespeito à dignidade da pessoa humana, no caso os Policiais Civis, com excessivo número de horas trabalhadas, sessenta horas semanais em algumas unidades, excesso de inquéritos policiais em cartório, devido à falta de escrivães de polícia, e no caso das pequenas cidades sobreaviso ininterrupto.
                         

                          O Policial Civil também é sujeito de Direitos Constitucionais, além de ser um garantidor do Direito à Segurança Pública. Como pode ser esse garantidor de direito, se os seus direitos não são respeitados?
 

                          DESVIO DE FUNÇÃO – A Diretoria do Sindicato cogitou em promover ações judiciais, no sentido de obstaculizar os desvios de funções por parte de Policiais Civis. Tal atitude por certo inviabilizaria de vez os misteres atribuídos à Polícia Civil. Procuramos usar o bom senso a fim de preservar nossa combalida Instituição.
 

                          Nunca se prendeu tanto poderá dizer alguns, e é verdade. Basta observar os dados estatísticos que estão à disposição no site do Governo Estadual. Ocorre que para o meliante ser preso ele terá que perpetrar vários crimes até ser preso em flagrante, o que dá a ele a sensação de impunidade.
 

                          A Investigação Policial é um fator de grande inibição, pois ensejará buscas e diligências, que inibe o meliante, além de possibilitar prisões em decorrência da investigação, com a colheita de provas e definição da autoria, gerando a sensação de certeza de punição para o meliante.
 

                          Vivemos a era dos especialistas em segurança. Basta surgir um crime de repercussão, e aparece um número enorme deles. Inobstante, não há milagres, e não há especialista em segurança que dê jeito. Há que se ter investimento em segurança pública, com a presença efetiva do Estado.
 

                          Posto isto, rogamos à Vossa Excelência a tomada de medidas que visem a contratação de Policiais Civis suficientes para suprir a demanda, aparelhando à Polícia Civil do Estado de São Paulo, com os recursos humanos necessários.
 

                          No ensejo, manifestamos à Vossa Excelência nossos protestos de elevada estima e distinta consideração.
 



Lucio Flavio Moreno

Presidente do Sipol









Ao Excelentíssimo Senhor

Governador do Estado de São Paulo

GERALDO ALCKIMIM

São Paulo-SP.