Disponível em: http://www.pannunzio.com.br/archives/8787 Acesso em: 25 maio 2011
May 24
Posted by Thiago Alves
Deu no jornal, Folha de São Paulo, Manchetes, Notícias, Segurança
Auditoria do governo de São Paulo na folha de pagamento das polícias detectou gratificações de representação de até R$ 13.310,22 no salário de policiais militares.
Esse benefício é pago quando o policial atua em setores especiais do governo ou no caso de comando.
O valor é superior ao salário do comandante da PM, fixado pelo governo em R$ 10.212,78, e muito maior que o teto estipulado por decreto, R$ 1.039 na época.
Relatório da auditoria, produzido em 2007 pela Secretaria da Fazenda e conhecido somente agora, traz outros três exemplos de gratificação superiores a R$ 10 mil.
Não é informado, porém, quantos casos existiam nem o nome desses policiais.
O relatório cita os casos como exemplos de gratificações “muito acima” do teto, mas que a corporação não conseguiu apresentar documentos para comprovar a regularidade dos valores.
Em nota, enviada pelo governo ontem à noite, a PM diz que os “valores das gratificações foram definidos por decisões judiciais”. “E que, ainda assim, nesses casos, o valor dos salários efetivamente pagos não superou o teto do funcionalismo.”
O governo não disse, porém, porque esses documentos não foram apresentados à auditoria em 2007. A Folha pediu cópias dessas decisões judiciais, mas não recebeu.
Cálculos Errados
Essa é a mesma auditoria revelada ontem pela Folha que detectou que a PM fazia cálculos errados em outra gratificação (RETP), que elevavam o salário de 14,3 mil policiais e pensionistas.
Mesmo detectado em 2007, o pagamento continuou sendo feito pela PM até agora e pode ter causado um prejuízo de R$ 200 milhões no período. Há uma ação na Justiça e um inquérito na polícia para apurar o assunto.
São os próprios oficiais da Polícia Militar que fazem seus holerites. Em depoimento à Polícia Civil, o diretor da Fazenda Nelson Galdino de Carvalho disse que os salários são pagos “sem nenhuma conferência”.
Segundo o governo, não há indícios de má-fé, apenas uma divergência de interpretação. E, por isso, os policiais não precisarão devolver o valor recebido a mais.