17 de abr. de 2011

Número de policiais civis expulsos aumenta

Disponível em: http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/32850 Acesso em: 16 abr 2011

NACIONAL

15/04/2011

São Paulo

Explodiu o número de policiais civis expulsos da instituição em São Paulo. Números da Secretaria da Segurança Pública obtidos pela Folha mostram que foram 219 demissões na Polícia Civil no ano passado -mais que o triplo dos casos registrados em 2009 (64).

Na lista estão delegados, investigadores e escrivães demitidos por variados tipos de irregularidade, como crimes de corrupção. Já as demissões na Polícia Militar seguiram no sentido contrário nesse mesmo período: de 259 para 229.

É a primeira vez na última década que as demissões nas duas polícias ficam praticamente empatadas.

Historicamente, o número de demissões na PM sempre foi maior, até porque a diferença entre os efetivos das duas polícias é muito grande. A PM tem mais de 95 mil homens, enquanto a Civil tem cerca de 35 mil (incluindo a Polícia Científica).

Em 2004, por exemplo, a cada policial civil demitido em São Paulo, quatro PMs também foram exonerados.

Esse aumento de demissões na Polícia Civil coincide com a mudança na Corregedoria -órgão responsável por investigar a atuação dos policiais. Em 2009, ela deixou de ser subordinada ao delegado-geral e passou a responder diretamente ao secretário da Segurança.

A presidente da associação dos delegados, Marilda Pinheiro, disse concordar com o fortalecimento da Corregedoria e que a polícia deve mesmo “cortar a própria carne”, mas afirma que pode estar havendo “excessos”.

“Parte das demissões está sendo revertida na Justiça”, diz a delegada, que afirma não ter números sobre isso.

O subcorregedor da PM, tenente-coronel Edson Silvestre, disse que a instituição é muito rigorosa. “Desafio qualquer um a mostrar uma instituição que demitiu mais do que a PM de São Paulo”.

Para José Vicente da Silva, especialista em segurança, o crescimento de expulsões na Polícia Civil é reflexo da mudança da política adotada pela cúpula da instituição.

Antes, segundo ele, a política era demitir um policial civil só após uma decisão da Justiça. “É um absurdo, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra”, disse.

Com isso, continua, os casos passaram a ser concluídos. "Aumentaram muito as demissões porque tiraram as teias de aranha dos processos parados indevidamente na Corregedoria. Havia uma tolerância muito grande com infratores da lei e da ética."

Fonte: Folha de S.Paulo