Depois das questões abordadas sobre o horário do
Plantão, seguem as principais colocações dos Policiais que trabalham em horário
de expediente.
Em primeiro lugar não se trabalha só em horário
de expediente, pois muitas vezes há convocações para operações e trabalhos fora
desse horário. Principalmente por conta dos Senhores Escrivães há muitas
referências aos problemas com excesso de trabalho e prazo dos procedimentos o
que os fazem ficar além do horário de expediente e, por consequência,
aumentando sua carga horária involuntariamente.
Também há questionamentos a respeito de escalas
de sobreaviso. Essas escalas ao ver do SIPOL devem ser consideradas como
horário de trabalho, pois uma vez escalado não pode o Policial se dar ao luxo
de ir para casa e tomar uma cervejinha, marcar compromissos com os filhos, uma
reunião com os amigos em determinadas conglomerações filantrópicas etc. Pois se
o fizer e não estiver disponível estará sujeito às apurações acuradas do órgão
competente. Ora, se o Policial está sujeito a determinada ESCALA e o não
cumprimento à mesma gera RESPONSABILIDADE, e o Policial tem RESPONSABILIDADE em
face do TRABALHO, pronto. Escala de sobreaviso é sim trabalho. Aliás, assim
entendem vários tratados internacionais e o S.T.F..
Além dessas escalas o Policial pode ser chamado
para o Plantão ou ainda outra situação urgente. O que onera mais ainda sua vida
profissional e familiar. Mas qual a solução mágica para isso? Não tem.
O SIPOL não pode e não vai se imiscuir nos
assuntos da Administração. Podemos chegar ao âmbito de esclarecer os horários
de trabalho, as dificuldades alegadas etc., como temos feito nessa série de
resenhas.
Agora tem uma verdade sobre a Polícia.
É fato que é uma instituição com cargos
vocacionais. Temos que trabalhar também porque gostamos. Até porque se não
fosse isso estaríamos todos doentes. Mais do que já estamos.
É preciso saber que temos que colaborar o máximo
possível, pois nossa instituição passa por momentos difíceis em relação à falta
de funcionários, etc.
Mas isso não pode significar o sacrifício do
devido descanso. Não pode significar doar a vida ao trabalho. Não pode
prejudicar a vida pessoal.
Até pode prejudicar isso tudo, de certa forma,
mas em momentos de exceção, e não se traduzindo no cotidiano, pois isso não
teria fim. Mas a falta de funcionários, consequência de política Estatal, e se
isso reflete ou não em prejuízo á população, ainda que nós Policiais nos doemos
ao máximo à Instituição, é um problema político e não funcional.
Portanto estamos no mesmo barco. Todas as
carreiras e cargos. Temos que navegar juntos e encontrar um porto seguro. Temos
situações de um lado? Temos. Mas também temos do outro? Temos.
Alguém vai decidir sobre isso. Precisamos torcer
para que o faça da melhor forma possível e apoiar. Se for o caso de concordar
ou discordar também podemos. Mas há meios diplomáticos e sensatos para tal
mister. Vamos então evitar críticas arrojadas a um ou outro lado e somar forças
para uma solução pacífica, que manterá nossos mares navegáveis.