6 de fev. de 2014

O OUTRO LADO - Pessoal do "Expediente".

Depois das questões abordadas sobre o horário do Plantão, seguem as principais colocações dos Policiais que trabalham em horário de expediente.
Em primeiro lugar não se trabalha só em horário de expediente, pois muitas vezes há convocações para operações e trabalhos fora desse horário. Principalmente por conta dos Senhores Escrivães há muitas referências aos problemas com excesso de trabalho e prazo dos procedimentos o que os fazem ficar além do horário de expediente e, por consequência, aumentando sua carga horária involuntariamente.
Também há questionamentos a respeito de escalas de sobreaviso. Essas escalas ao ver do SIPOL devem ser consideradas como horário de trabalho, pois uma vez escalado não pode o Policial se dar ao luxo de ir para casa e tomar uma cervejinha, marcar compromissos com os filhos, uma reunião com os amigos em determinadas conglomerações filantrópicas etc. Pois se o fizer e não estiver disponível estará sujeito às apurações acuradas do órgão competente. Ora, se o Policial está sujeito a determinada ESCALA e o não cumprimento à mesma gera RESPONSABILIDADE, e o Policial tem RESPONSABILIDADE em face do TRABALHO, pronto. Escala de sobreaviso é sim trabalho. Aliás, assim entendem vários tratados internacionais e o S.T.F..
Além dessas escalas o Policial pode ser chamado para o Plantão ou ainda outra situação urgente. O que onera mais ainda sua vida profissional e familiar. Mas qual a solução mágica para isso? Não tem.
O SIPOL não pode e não vai se imiscuir nos assuntos da Administração. Podemos chegar ao âmbito de esclarecer os horários de trabalho, as dificuldades alegadas etc., como temos feito nessa série de resenhas.
Agora tem uma verdade sobre a Polícia.
É fato que é uma instituição com cargos vocacionais. Temos que trabalhar também porque gostamos. Até porque se não fosse isso estaríamos todos doentes. Mais do que já estamos.
É preciso saber que temos que colaborar o máximo possível, pois nossa instituição passa por momentos difíceis em relação à falta de funcionários, etc.
Mas isso não pode significar o sacrifício do devido descanso. Não pode significar doar a vida ao trabalho. Não pode prejudicar a vida pessoal.
Até pode prejudicar isso tudo, de certa forma, mas em momentos de exceção, e não se traduzindo no cotidiano, pois isso não teria fim. Mas a falta de funcionários, consequência de política Estatal, e se isso reflete ou não em prejuízo á população, ainda que nós Policiais nos doemos ao máximo à Instituição, é um problema político e não funcional.
Portanto estamos no mesmo barco. Todas as carreiras e cargos. Temos que navegar juntos e encontrar um porto seguro. Temos situações de um lado? Temos. Mas também temos do outro? Temos.
Alguém vai decidir sobre isso. Precisamos torcer para que o faça da melhor forma possível e apoiar. Se for o caso de concordar ou discordar também podemos. Mas há meios diplomáticos e sensatos para tal mister. Vamos então evitar críticas arrojadas a um ou outro lado e somar forças para uma solução pacífica, que manterá nossos mares navegáveis.