Em virtude das décadas em que se plantou a
total descrença na Reestruturação da Polícia Civil do Estado de São Paulo
colhe-se agora um resultado amargo, crítico, e em alguns casos de completo
desdém.
Não. Este artigo não foi elaborado para
criticar, nem para colocar em dúvida a Reestruturação anunciada pelo Delegado
Geral de Polícia.
Muito pelo contrário.
Temos recebidos centenas de E-mails com
mensagens parecidas, cujos pequenos trechos abaixo transcrevo:
- "fomos enganados pelos
delegados";
- "fomos usados na operação
blecaute";
- "só pensaram neles, e quando
conseguiram o que queriam nos deixaram de lado”.
Não é hora disso. Até porque só o primeiro
passo foi dado e vamos discutir agora o segundo, que é a reestruturação. E peço
o apoio de todos às Entidades, ao Conselho e ao Delegado Geral. Com apoio será difícil. E sem apoiar?
Bem, quem sou eu para tentar tirar da
cabeça das pessoas aquilo que pensam. Mas posso e vou tentar explicar alguns
fatos que, em geral, as lideranças não colocam abertamente, seja porque não
acham necessário, ou porque a base não participa muito das reuniões (e não
participa mesmo, embora tenha suas razões) e com isso só fica informando quando
pergunta pessoalmente, ou quando lê na Internet (hoje um meio tão usual de se
buscar informações e tão confortável, que está colocando em risco a comunicação
verdadeira por natureza que é a discussão presencial).
Vamos então para algumas considerações:
1 - não há nem tenho notícias de ter
havido algum dia uma reunião presencial em São Paulo ou qualquer outro lugar
entre todos os Escrivães e Investigadores Chefes dos DEINTERs e dos
Departamentos;
1.a - os Delegados têm o Conselho;
2 - não existe reunião mensal, ou
bimestral, ou trimestral, ou semestral, nem anual entre todos os líderes de
todas as Entidades;
2.a - a ADPESP e o SINDPESP estão em
constante contato, ainda que tenham divergências;
3 - há um estranho entendimento de alguns
Sindicatos da Capital que acreditam que representam de fato e de direito TODOS
os Policiais Civis do Estado de São Paulo. De direito é verdade. Mas de fato
não. Podem representar alguns da Capital, mas o Estado todo não.
3.a - a ADPESP embora seja uma Associação
é respeitada e sempre que necessário está junto com o SINDPESP, havendo ou não
divergências.
4 - em geral os operacionais visitam e
escrevem na Internet de forma aberta. Onde todos podem ler indiscriminadamente
o que se escreve. E onde todos podem escrever o que querem sem que o leitor
saiba quem de fato está escrevendo, se é policial civil ou não.
4.a - Os Delegados têm o DELPOL-PC. Área
restrita. Quem sabe talvez até escrevam em um ou outro momento algo rude. E que
divirjam uns dos outros. Mas se você não é Delegado, vai ter que se contentar
em acreditar no que alguém te conta. Porque acesso você não terá.
Não precisamos ser gênios para entender o
porquê de há tanto tempo tantas maravilhosas verdades serem jogadas na cara do
Governo aqui na Internet por Policiais Civis, e até por quem não é, e NADA ter
acontecido. NADA ter sido conquistado com esse comportamento.
Muito pelo contrário. Só perdas.
Os quatro itens acima são cruciais para o
entendimento de nossa atual situação. E a reflexão sobre elas não deve passar
pelo crivo dos nossos ressentimentos nos últimos 20 anos, ou nos atrasaremos
mais ainda. O momento é de engolir um sapo enorme e trabalhar com a
inteligência.
No Estado inteiro várias Associações e
Sindicatos Regionais estão passando por renovações e sendo literalmente
chacoalhados por gente nova. Isso é saudável. Outros sendo CRIADOS, e
vamos ajudar na criação. Podem entrar em contato. Se for preciso se socorrer à
FEIPOL e valos colocar sua Região no mapa dos que reivindicam com
profissionalismo.
Temos notícia que um SIPOL pode vir a ser
criado no ABC por uma grande personalidade da Polícia Civil a quem tivemos o
prazer de conhecer pessoalmente em São Paulo. E esperamos que aconteça. E conte
com nosso apoio.
Para terminar.
O SIPOL Prudente gastou muito com dezenas
de viagens a São Paulo só este ano. E a maior conquista foi conhecer pessoas,
procedimentos, agentes administrativos que tocam a burocracia, saber onde as
coisas acontecem e, principalmente, constatar a letargia que temos por conta dessa
desunião.
Vivenciei nos últimos CINCO MESES a Dra.
Marilda Panzonato indo e vindo da ALESP, da SSP, do Palácio dos Bandeirantes e
da DGP praticamente TODOS OS DIAS.
Ela é uma só e tem muita gente apoiando. E
tem estrutura financeira e postura pessoal pra isso. NÓS somos dezenas e não dá
pra todos fazerem o mesmo. Um de nós tem que ser eleito, e preferencialmente da
CAPITAL, sendo Presidente de Entidade ou mero Delegado Sindical ou Associativo,
para fazer esse papel de embaixador, de relações públicas.
Deve visitar a ALESP dias a fio até ser
conhecido e respeitado por grande parte dos DEPUTADOS ESTADUAIS (isso se chama
LOB). Deve enviar por E-mail a todos os Presidentes, todos os dias, as
impressões que teve naquele dia.
Até podemos fazer isso elegendo NOSSO (de
dentro da casa, Policial CIVIL) Deputado Estadual. O mais forte que
vislumbramos é o Senhor Georges Habib. Alguém vê motivos para dividirmos os
votos e lançarmos um outro candidato para começar do zero? Sinceramente eu não.
Um Deputado tem acesso ao Palácio do
Governo, aos Secretários e, se não fosse de suma importância eleger um de
nossos quadros específicos, os banqueiros não fariam o mesmo, nem os
industriais, nem os comerciantes, nem os investidores, nem os empreiteiros,
etc.
Continua na Parte 2.
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