27 de jul. de 2013

PARA DESCONTRAIR

Comentário inserido no BLOG flitparalisante, reproduzido aqui com a devida identificação da fonte:

Boa noite. Hoje estou aqui com o (ilustrado) ilustre Governador para mais uma desentrevista. Ele gentilmente recebeu a nossa equipe em sua fazenda de chuchus em Pindamonhangaba.
- E então, Governador? Como foi a sua vida antes da carreira política?
- Eu nasci em uma família de classe média em Pindamonhangaba, filho do melhor médico da cidade. Minha infância foi muito sem-graça, não aconteceu nada de mais, parecia ter gosto de chuchu. Mais tarde, eu me formei em medicina para obter um diploma, assim eu sempre teria direito a uma cela especial na cadeia, na pior das hipóteses.
- Diga-me como o senhor conseguiu se eleger vereador com 19 anos de idade.
- Foi muito fácil, caro repórter. Vivíamos em um tempo logo após a revolução comandada pelas Forças Armadas, meu pai era o médico oficial do quartel da minha cidade e nunca ninguém discordava do que ele dizia, afinal era um homem muito sábio. Se o meu pai era tão importante, eu também precisava fazer algo por Pindamonhangaba, então resolvi ingressar na política. Na eleição daquele ano, recebi todo o apoio dos militares, que se prestaram a fazer campanha por toda a cidade. Assim fui eleito vereador e, quatro anos depois, prefeito.
- Depois disso, como o senhor chegou a Governador?
- Graças ao meu governo em Pindamonhangaba, consegui uma notável influência na política paulista, o que me ajudou a chegar à Assembléia Legislativa e ao Congresso Nacional. Como deputado, eu fiz muitos e muitos projetos de lei para favorecer a (zelite) o povo brasileiro. Naquela época, o Mário Covas estava precisando de um vice para sua campanha ao governo do estado, e como ninguém queria passar o dia servindo café para ele, eu aceitei essa missão.
- Nossa, como o senhor foi solidário com o seu velho amigo…
- Mas acontece que o Mário já estava bem velho, fazendo hora extra na Terra, e eu percebia isso. Foram só dois anos servindo cafezinho, logo depois ele morreu e eu fiquei como governador.
- O senhor poderia nos falar sobre a candidatura à presidência?
- Eu queria muito ser presidente da república, mas o Estado ainda precisava de mim, portanto foi uma decisão muito difícil a de sair no meio do mandato, mas eu precisava sair. Para isso, deixei o governo na mão do meu amigo PCC Cláudio, lembro, e me candidatei à presidência. Pensei que seria fácil vencer o meu adversário, o Lula, um cara que não tem nem dedo. As pesquisas feitas pelo Instituto Orkut confirmavam minha ampla vantagem na corrida presidencial, mas aconteceu o que aconteceu, não sei como, mas o Lula venceu as eleições, apesar de todos saberem sobre o Mensalão e as muito falsas acusações dele sobre aquele tal de dossiê.
- Então o senhor tem certeza de que o dossiê era falso, há provas sobre a falsidade do dossiê?
- Ora, todos sabem que o dossiê nunca existiu, afinal foi o Lula que disse, e tudo o que ele diz só pode ser mentira. É impossível uma prova maior.
- Tudo bem, eu acredito no senhor. E mais uma coisa, de onde vem o seu apelido Picolé de Chuchu?
Muito simples, quando a minha mãe estava grávida, ela sentia uma enorme vontade de comer chuchu, mas a cidade passava por um período de estiagem e a agricultura estava em crise, não se achava chuchu em lugar algum. No final das contas, ela não conseguiu comer chuchu e o resto você com certeza já deve imaginar.
- Hehe. Governador, algum plano para o futuro?
- Por enquanto, só quero cuidar da minha fazenda de chuchus, assim nunca mais faltará chuchu aqui e nunca mais ninguém terá cara de chuchu. Mais para a frente, penso em novamente me candidatar para a prefeitura da Pindamonhangaba. Até lá, o povo já esqueceu o dossiê.
- Muito obrigado pela entrevista, Governador.
- Eu é que agradeço. Receba este chuchu direto da minha fazenda, (como compra de voto) reconhecimento por seu trabalho."
O SIPOL particularmente desaprova o comportamento de colocar apelidos em autoridades e fazer menções que nos fechem as portas ao diálogo. Só conseguiremos ser ouvidos realmente com protestos, manifestações (como temos feito), porém, sem ultrapassar determinados limites.