Disponível em:
http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/12794/Investigadores+querem+participar+da+Operacao
Acesso em: 10 fev 2012
09/02/2012 22:23
Investigadores querem participar da Operação
Categorias da Polícia Civil paulista admitem
possibilidade de entrar em greve caso negociação não avance.
Plínio Delphino
Entidades da Polícia Civil de São Paulo consideram
que a categoria tenha o penúltimo pior salário do país e não descartam a
possibilidade de engrossar os movimentos grevistas que começam a ser discutidos
em vários estados do Brasil. O “bico” oficial garantido aos policiais militares
em São Paulo através da Operação Delegada – quando o PM exerce funções de
polícia fora do horário de expediente – também é reivindicado pelos
investigadores paulistas.
“A lei nos dá esse direito, mas a nossa
administração não permite ganhar dinheiro extra, como os policiais militares”,
ressaltou o presidente do Sipesp (Sindicato dos Investigadores de Polícia do
Estado de São Paulo), João Rebouças. O presidente da entidade diz que há
defasagem de 48% no efetivo de investigadores. “Houve concurso para 700 vagas,
mas mais de 120 já desistiram. E sabe por que? Porque nos exigem agora nível
superior e o salário que pagam é inferior a de categorias de nível médio, como
fotógrafos policiais, agentes de telecomunicaçõe e auxiliares de necropsia, por
exemplo”, disse.
Rebouças disse que a situação em 2012 não difere em
quase nada à de 2008, quando a Polícia Civil, em greve, chegou a entrar em
sério confronto com a PM, na tentativa de alcançar o Palácio dos Bandeirantes, no
Morumbi, para proceder negociações.
“Enquanto há bom diálogo, não há paralisação, mas já
há muitos colegas exigindo posicionamento nesse sentido (greve)”, alerta
Rebouças. A categoria exige respeito à data-base, reposição de perdas, entre
outras reivindicações.
O presidente do Sindicato dos Escrivães, João Xavier
Fernandes, acha que as reivindicações na Bahia são justas. “O governo federal
esbarra na autonomia dos estados. Em São Paulo, as coisas parecem caminhar para
uma greve. Vamos organizar a categoria para decidir”, disse.
O presidente do Sindicato dos Delegados de São
Paulo, George Melão, não acredita que haja greve. “O governo finge que dá
concessões à polícia. Dá apenas o que nos é de direito e consegue dividir as
classes assim.”