10 de fev. de 2012

Investigadores querem participar da Operação



09/02/2012 22:23

Investigadores querem participar da Operação

Categorias da Polícia Civil paulista admitem possibilidade de entrar em greve caso negociação não avance.

Plínio Delphino

Entidades da Polícia Civil de São Paulo consideram que a categoria tenha o penúltimo pior salário do país e não descartam a possibilidade de engrossar os movimentos grevistas que começam a ser discutidos em vários estados do Brasil. O “bico” oficial garantido aos policiais militares em São Paulo através da Operação Delegada – quando o PM exerce funções de polícia fora do horário de expediente – também é reivindicado pelos investigadores paulistas.

“A lei nos dá esse direito, mas a nossa administração não permite ganhar dinheiro extra, como os policiais militares”, ressaltou o presidente do Sipesp (Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo), João Rebouças. O presidente da entidade diz que há defasagem de 48% no efetivo de investigadores. “Houve concurso para 700 vagas, mas mais de 120 já desistiram. E sabe por que? Porque nos exigem agora nível superior e o salário que pagam é inferior a de categorias de nível médio, como fotógrafos policiais, agentes de telecomunicaçõe e auxiliares de necropsia, por exemplo”, disse.

Rebouças disse que a situação em 2012 não difere em quase nada à de 2008, quando a Polícia Civil, em greve, chegou a entrar em sério confronto com a PM, na tentativa de alcançar o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, para proceder negociações.

“Enquanto há bom diálogo, não há paralisação, mas já há muitos colegas exigindo posicionamento nesse sentido (greve)”, alerta Rebouças. A categoria exige respeito à data-base, reposição de perdas, entre outras reivindicações.

O presidente do Sindicato dos Escrivães, João Xavier Fernandes, acha que as reivindicações na Bahia são justas. “O governo federal esbarra na autonomia dos estados. Em São Paulo, as coisas parecem caminhar para uma greve. Vamos organizar a categoria para decidir”, disse.

O presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, George Melão, não acredita que haja greve. “O governo finge que dá concessões à polícia. Dá apenas o que nos é de direito e consegue dividir as classes assim.”