6 de ago. de 2011

DIMINUIR PARA CRESCER‏


DIMINUIR PARA CRESCER‏

03/08/2011

De: Celso (bacelso@gmail.com)

Enviada: quarta-feira, 3 de agosto de 2011 10:45:51

É bastante evidende que o sistema de segurança pública utilizado nos Estados está capenga e carente de modernização. Nem de longe está fazendo frente a criminalidade que, dia a dia, cresce e toma conta de espaços importantes da nossa sociedade, que atacada sem piedade por bandidos organizados e ou desorganizados e sempre mais ousados e destemidos da lei, clama por socorro.


Em contra partida os Estados investem num contingente relativamente grande de profissionais da área de segurança (PM, PC, GC, Ag.Prisionais, Ministério Público, etc...), mas por alguma razão a ser estudada, não consegue o resultado desejado. As prisões estão sob o controle dos marginais, em especial dos chefes das poderosas facções que operam como um misto de organização empresarial e militar, movimentando vultosas quantias e contando com leal e organizado quadro de membros em seus exércitos que atuam em tempo integral. Sua importância cresceu tanto, que é muito comum vermos jovens com tatuagens de membros dessas nefastas gangues, exibindo-as com orgulho como se esse simbolo lhe conferisse importácia e segurança . Isso apenas para se falar dos crimes contra o patrimonio e das drogas ilícitas, deixando pra lá as diárias manchetes de corrupção de agentes políticos, que nos dão bons exemplos de como conseguir riqueza e importância social impunimente.

Como conter esse cancer avassalador da sociedade? Não está mais que na hora de repensar todo o sistema empregado para tal?

Na decada de oitenta poucos marginais se aventuravam em roubar bancos, dado a eficacia da Segurança Pública que agia de forma rápida desmantelando as quadrilhas e prendendo seus integrantes, conferindo-lhes penas severas junto com o Judiciario.

De lá pra cá, parece-me que a segurança pública encolheu e os bandidos ocuparam o espaço que foi deixado.

Há décadas que se fala da dicotomia das policias estaduais (Polícia Militar e Polícia Civil) hoje podemos acrescentar as Guardas Civis que estão em grande parte dos municipios de nosso Estado, como um dos fatores que dificulta a racionalização e a otimização dos recursos materiais e humanos empregados n o combate a criminalidade. Esse tema foi bandeira de quase todos os politicos que estão no poder hoje, sendo ainda uma bandeira erguida alto nos períodos eleitorais. Alias o tema segurança pública e o principal durante as campanhas, com "mil" promessas.

Fato é que o sistema estadual de segurança pública composto por duas instituições policiais totalmente distintas está aí bastante consolidado e não deverá ser alterado por motivos claros e simples de se entender, tal como o hierarquisado regime militar da PM que a torna "mais dócil" aos governantes de plantão, os quais defendem sua desmilitarização ou a instituição de uma única polícia durante suas campanhas eleitorais e depois que deixam o governo.

Enquanto isso quem padece é a população em geral, pobres e classe média, que não podem dispor de segurança particular ou carros blindados para se protegerem contando apenas com as policias.

Como de cima pouco se pode esperar, entendo que alguma coisa poderá ser feita partindo das próprias instituições policiais (PC e PM) que no final das contas são os alvos das críticas, pois para a população são as responsáveis por sua segurança e, se não se sentem seguros, são estas instituições as responsáveis.

Porquanto tudo isso e vendo que a unificação das duas policiais não ocorrerá tão breve, se ocorrer um dia, é de se procurar nova forma de utilizar os recursos disponíveis visando agilizar procedimentos e ocupar melhor o pessoal existente.

No caso específico da Polícia Civil porque não concetrar seus esforços no combate ao crime organizado em todo o Estado, utilizando massiçamente o pessoal operacional (Investigadores, Escrivães, Agentes Policiais e Delegados) na sua atividade fim de POLICIA INVESTIGATIVA, ocupando Oficiais Administrativos para todo e qualquer tarefa meio. É sabido que para formar um servidor policial gasta-se muitos meses (do edital de concurso ao término da academia de polícia), algo em torno de dois anos, enquanto que o servidor administrativo além de receber salários menores são contratados com maior rapidez, podendo ser cedidos ou comissionados até mesmo por Prefeituras, como alias já vem sendo feito no interior do Estado, onde esses servidores "emprestados" atuam como "Adoc".

DIMINUIR PARA CRESCER

DO OBJETO

A idéia é aproveitar melhor os recursos humanos existentes, quase na sua totalidade, portadores de diplomas universitários e pós-graduados em várias áreas das ciências modernas, como forma de agilizar os procedimentos de policia judiciária, determinando níveis de atuação de todos os auxiliares da Autoridade Policial através da seleção por importância do delito (sua gravidade e constrangimento causado a sociedade).

Proporcionar a valorização dos profissionais que compõe as diversas carreiras profissionais da Policia Judiciária conferindo-lhes alçadas (níveis) de atuação mais complexas. Dessa forma os Delegados de Policia ficariam mais disponíveis para a atividades mais importantes como fiscalização dos quadros auxiliares valorizando, ainda mais, a sua a posição de chefe e de autoridade judiciária.

Racionalizar procedimentos, redefinição de alçadas para os quadros auxiliares operacionais e administrativos e revisão das alçadas com a otimização dos recursos humanos.

Três são as frentes a ser repensadas:

- 1º) Unidades Policiais Operacionais: Delegacias de Policia Distritais e Delegacias Especializadas;

- 2º) Atribuições dos Delegados de Policia e seus principais colaboradores: Escrivães e Investigadores de Policia.

3º) Atividades de administração e controle a cargo do pessoal administrativo e assemelhados, retornando os ocupantes de carreiras policiais as suas atividades fim.

DA PROPOSTA

a) A chefia da Policia Civil é e deverá continuar a ser executada por Delegados de Policia, exercendo suas atribuições com o auxilio dos Escrivães , Investigadores, Agentes de Policia e dos Oficiais Administrativos, além de outros. O plantão das Delegacias Distritais deixaria de contar com a presença do Delegado, o qual somente seria solicitado em casos mais graves e importantes, preservando esse profissional para os relevantes serviços do Inquérito Policial / Policia Judiciária;

b) Por nomeação do Delegado de Policia Diretor Regional, cidades e bairros com baixa ocupação demográfica teriam seus Distritos Policiais Administrados por um Investigador ou Escrivão de Policia com formação em direito, que responderiam administrativamente a um Delegado de Policia responsável pela região e que atuaria na fiscalização da unidade policial e atenderia no local casos previsto em lei (homicídios, flagrantes importantes, etc);

c) Para liberar Delegados de Policia de ocupações de menor importância, algumas funções deveriam ser executadas por profissionais especialistas já contratados pelo poder público, que são os Oficiais Administrativos, Chefes de Seção e Diretores, que cuidariam das áreas administrativas, tais como: frota, compras/licitações, pessoal, limpeza, arquivos, garagens, manutenção dos prédios, finanças, etc... Essa distribuição de tarefas permitiria a concentração de Delegados de Policia, especialmente contratados e treinados para os atos de policia judiciaria, na área fim, que é o combate à criminalidade. Nessa ótica seriam liberados também muitos Investigadores e Escrivães hoje ocupados em funções meramente administrativas, como foi o argumento utilizado para a passagem do DETRAN para a Secretaria de Gestão;

d) Divisão do Estado em maior número de Regionais com Delegacias Especializadas, concentrando assim os recursos materiais e humanos de forma a capacitá-las para a execução de investigações difíceis, com eficiência.

e) TCO e BO/autoria desconhecida seriam elaborados pelo policial militar e apresentado à avaliação do policial civil que estiver à frente do Distrito Policial, responsável pela primeira triagem antes de encaminhar as ocorrências ao Delegado de Policia responsável pelos Distritos policiais daquela área.

f) Inquéritos/investigações seriam “tocados” nas Regionais de Policia Judiciaria, adequadamente equipadas e com efetivo humano concentrado.

g) Toda ocorrência de maior gravidade e que ocasione maior convulsão social seria atendida por um Delegado de Policia especialmente deslocado para o local.

DO RESULTADO ESPERADO

1º) Racionalização e otimização dos recursos humanos, possibilitando ao governo do Estado a manutenção de uma instituição mais enxuta e objetiva, voltada exclusivamente para sua atividade fim (INVESTIGAÇÃO CRIMINAL), podendo valorizar mais os integrantes das carreiras policiais operacionais, ou seja, aquelas voltadas única e exclusivamente ao combate da criminalidade.

2º) Deixar as tarefas administrativas, controle, manutenção, etc... para os profissionais especialmente contratados para isso (escriturários, chefes de seção, informática, mecânicos) e em cuja formação o Estado não necessita investir muito.

3º) Aproveitar melhor o policial militar, já que, em tese, é o primeiro a chegar no local da ocorrência e aquele que tem mais conhecimento da área por atuar ostensivamente na sua prevenção, fazendo-o agir como agente da Autoridade Policial (Delegado de Policia) quanto ao primeiro relato do fato e ao encaminhamento das partes quando o caso requerer, praticamente como já é feito hoje.

4º) Proporcionar melhor utilização dos profissionais da Policia Civil, especialmente treinados para o exercício da Policia Judiciária/Investigativa.

NOTA:

A Polícia Federal com apenas 12.000 homens espalhados pela imensidão deste Brasil continental “faz um barulho danado”.

Da mesma forma o Ministério Público Estadual, enxuto, está presente em todos os grandes fatos, mostrando sua força e competência, apesar do irrisório efetivo de funcionários e competências diversas além da área criminal.

Fato é que as instituições policiais mais enxutas em numero de integrantes, na média, são as mais valorizadas, além da PF. Afinal é mais fácil para o “governante de plantão” conceder bons salários para poucos por não afetar o orçamento, haja vista os fiscais do ICMS. Onde a Policia Civil e OUTRAS instituições que tem pequeno efetivo, não por acaso os salários são bons, tais como:

- Polícia Portuária;

- Polícia do Senado;

- Polícia Civil do DF;

- Polícia Civil do MS, do PR e de outros Estados com efetivo diminuto;

- Guarda Nacional; ABIN; Judiciário Federal e Estadual; Policia Rod. Federal; Ibama, etc...

Então vamos cair na real e parar de crescer em número de integrantes, simplificando controles, procedimentos e processos no que for possível administrativa e legalmente, realocando os recursos humanos para atuar de forma concentrada e deixar à Policia Militar que é numerosa por natureza, uma vez que cabe a ela, pela nossa Carta Magna, a prevenção pela presença ostensiva e próxima da população que, execute, como de fato o faz o primeiro contato com o ato infracional, relatando e registrando como já o faz no caso de acidentes de transito sem vitimas e encaminhando tais procedimentos para o crivo da policia judiciária.