Disponível em: http://www.pannunzio.com.br/?p=7249 Acesso em: 24 fev 2011
A divulgação do vídeo que mostra delegados da Corregedoria da Polícia Civil de SP tirando à força a calça e a calcinha de uma escrivã durante uma revista abriu uma crise dentro da instituição.
Durante a reunião semanal do Conselho da Polícia Civil, na manhã de ontem, a corregedora-geral Maria Inês Trefiglio Valente, que apoiou a ação dos quatro delegados corregedores que investigaram a escrivã V., foi pressionada publicamente a deixar o cargo por 5 dos 23 delegados da cúpula da instituição, segundo apurou a Folha.
A corregedora foi procurada ontem pela reportagem, mas não quis se manifestar.
A crise interna na Polícia Civil foi impulsionada porque a divulgação da gravação da operação policial foi destaque em todo o país. Os envolvidos foram afastados.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, após a divulgação das imagens, que o vazamento do vídeo na internet era “grave”.
A pressão contra a corregedoria teve início em agosto de 2009, quando o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, desvinculou o órgão fiscalizador do controle do delegado-geral e o levou para seu gabinete.
Desde então, a corregedoria passou a intensificar a fiscalização da ação dos policiais, principalmente dos que não são próximos do secretário e dos membros da própria corregedoria.
Hoje, na Assembleia Legislativa, alguns deputados já articulam para que a corregedoria volte para o controle do delegado-geral.
O CASO
Em junho de 2009, a escrivã V. foi alvo de uma ação da corregedoria no 25º DP (Parelheiros). Ela foi acusada de cobrar R$ 200 de propina para favorecer um suspeito de portar munição.
Na investigação, eles negaram ter cometido qualquer abuso. A escrivã foi expulsa da polícia e agora tenta reverter a decisão.
(ANDRÉ CARAMANTE)