17 de jan. de 2013

Região de Prudente - Maioria das cidades não tem delegado



          Na área de jurisdição do Deinter 8 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), com sede em Presidente Prudente, dos 54 municípios,, 29 (53%) estão sem delegados titulares. Na realidade é o espelho do que acontece em todo o Estado de São Paulo. Um delegado abandona a carreira a cada 10 dias, diz a Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
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PAULO GODOY
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          Dos 54 municípios, na jurisdição do Deinter 8 (Departamento de Polícia Judiciário do Interior), com sede em Presidente Prudente, 29 (53%) estão sem delegados titulares. A realidade é o espelho do que acontece em todo o Estado de São Paulo. Para agravar ainda mais o quadro, um delegado abandona a carreira a cada 10 dias, segundo a entidade que representa a classe.

          A falta de delegados no quadro de pessoal da Polícia Civil paulista está obrigando os profissionais que estão na ativa a acumular duas ou mais cidades simultaneamente. Segundo a Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo são as más condições de trabalho que estão por trás dos desligamentos recentes.

          Na semana passada, ao passar por Presidente Prudente o delegado geral do Estado Luiz Maurício Souza Blazack disse que seriam necessários ao menos 20 delegados e perto de 250 agentes, entre investigadores e escrivães, para fazer frente à defasagem de policiais civis na área do Deinter 8.

          Embora a maior parte dos municípios sejam localidades relativamente pequenas, a falta faz com que aqueles que estão trabalhando sejam obrigados a perambular entre uma cidade e outra, conduzindo inquéritos, indiciando acusados e fazendo o papel de executivo, no gerenciamento de pequenas delegacias.

          Um bom exemplo está na cidade de Pirapozinho. Na comarca, apenas um delegado atende também a outras três cidades: Narandiba, Estrela do Norte e Sandovalina. Juntas, as três localidades possuem menos de 10 mil moradores.

          Em 2013, a expectativa do delegado Luiz Blaseck é que todos os concursos realizados pela Polícia Civil reserve metade dos candidatos aprovados para a capital e região metropolitana e metade para o interior.

          Segundo Marilda Pansonato Pinheiro presidente da Associação de Delgados, dos 200 profissionais empossados no final de agosto do ano passado, 25 desistiram de continuar no cargo. Em dezembro, uma solenidade realizada pelo Governo do Estado no Palácio dos Bandeirantes foi feita para poder preencher 135 vagasdas que sobraram, mas 23 dos futuros delegados desistiram da carreira sem nem mesmo tomar posse.

          A presidente da associação afirmou que a média de desistência no quadro de delegados da Polícia Civil Paulista, que antes era de um a cada 15 ias, chegou a um a cada 10 dias em 2012.

          “A tendência é que continue assim, enquanto o governo, no que diz respeito à política de segurança pública, não modificar seus conceitos”, ponderou ela.

          A reportagem enviou email para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e a Delegacia Geral de Polícia na quinta-feira e voltou a cobrar sua resposta na sexta, mas ambas não se pronunciaram sobre o assunto.