15 de fev. de 2011

Superlotação em cadeias atinge 58%

JORNAL “O IMPARCIAL”
Presidente Prudente, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Pg 6B

Superlotação em cadeias atinge 58%

FELIPE PERETTI
DA REDAÇAO

As sete cadeias públicas da região do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter-8), sediado em Presidente Prudente, estão com superlotação de 58%. A informação e do próprio órgão, que afirma que, para minimizar a situação, promove o remanejamento frequente, bem como pleiteia novas vagas à hierarquia superior. O Sindicato dos Policiais Civis (Sipol) local lamenta a situação e critica a condição de trabalho da categoria que sofre com a falta de funcionários.

As cadeias com maior número de presos são as femininas. A de Adamantina mantém 50 pessoas, seguida pela de Pirapozinho, com 47, e pela de Tupi Paulista, 43. As outras duas para mulheres estão em Piquerobi (37 presas) e Santo Anastácio (25). As masculinas estão em Presidente Venceslau (25) e Dracena (24).

De acordo com o Deinter¬8, a capacidade média de uma cadeia é de 24 presos. Sobre desativações, o órgão revela que, no momento, não há previsão “em virtude do aguardo da inauguração da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, prevista para este ano”. “Com o início das atividades da penitenciária poderá ocorrer deesativação ou reaproveitamento das cadeias feminisnas”, completa, em comunicado.

Reformas devem ocorrer brevemente, já que há processos em andamento para as Delegacias de Polícia de Santo Anastácio e Piquerobi.

Prudente possuia uma cadeia pública no inicio dos anos 2000, na Rua Cícero de Campos Gurgel, 720. Após uma série de solicitações por parte da população, foi desativada, também pelo fato de estar localizada no centro da cidade. Desde 2005, o prédio é sede da Delegacia Participativa, inaugurada após investimentos de R$ 150 mil em obras na antiga construção.

FALTA DE POLICIAIS

“Éramos mais de 1,6 mil policiais e hoje estamos em 800. Praticamente a Policia Civil entrou em colapso por falta de gente. Isso afeta a saúde do trabalhador, sem falar na segurança”, pontua o presidente do Sipol, Lucio Flavio Moreno, sobre a ausência de recursos humanos na corporação.

De acordo com ele, as investigações são prejudicadas. “Além do atendimento à população, está impraticável fazer uma investigação profunda. Isso sem falar que muitos trabalham 60 horas ao invés das 44 previstas pelo salário. Ainda há policiais de sobreaviso ininterrupto. Um absurdo. É um desrespeitos aos direitos humanos e do cidadão”.

Moreno revela que inúmeros pedidos de foram enviados à hierarquias superiores e ao governo estadual, mas não obteve nenhuma resposta convincente. “Os policiais civis também são sujeiros de direitos e não só de deveres”, resumiu, em carta endereçada à Secretaria de Estado da Segurança Pública no início deste ano.